DIA 100: "Já é tarde, escrevo amanhã" - Adiar a Vida que Sou Aqui

sábado, setembro 01, 2012 0 Comments A+ a-


Desde que cheguei a Portugal tenho escrito muito menos, como se toda a mudança de ambientes se tivesse tornado num entretenimento. Apercebo-me que em Londres criei uma disciplina de escrita em mim própria que ainda não é real visto que está ainda dependente do local onde eu me encontro - será que estou desencontrada com a Vida? A verdade é que a minha existência em honestidade própria não está dependente do local onde eu estou fisicamente, mas de onde a minha mente está. Isto significa que tenho um novo ponto a trabalhar: criar uma disciplina de escrita incondicional.

A justificação "já é tarde, escrevo amanhã" ou "não vou ter tempo para escrever porque tenho de fazer isto e aquilo" é uma resistência a mudar. É primeiramente uma resistência a dedicar-me a mim própria e a desenvolver o meu potencial de Vida - é um vício da mente deixar as coisas passarem como se a Vida/Eu fosse irrelevante. Interessante que eu ainda não me tinha apercebido desta resistência! Ou seja, resistência a mudar o meu dia-a-dia enquanto estou em Portugal, ou enquanto estou de férias, ou quando estou com a família. Ao escrever isto apercebo-me que tem a ver com a minha falta de direção e com as ideias que eu criei sobre como as coisas são, aparentemente condicionadas pelo local/memórias onde eu estou.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido entrar em modo automático enquanto eu estou em Portugal, em vez de me aperceber da oportunidade que eu tenho aqui em realizar padrões e em resolver ponto em mim que mais cedo ou mais tarde têm de ser resolvidos em mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me confortável quando justifico a desonestidade própria, em vez de perceber que este conforto é uma energia da mente e que por experiência própria é um conforto ilusório pois no dia seguinte irá recriar ansiedade em mim quando me apercebo que acabei por não escrever outra vez.

Eu perdoo-me por me ter aceite permitido excluir a escrita do meu dia-a-dia quando planeio o meu dia, quando em honestidade própria em apercebo-me que cada momento da minha Vida aqui é um momento de realização e de correcção.

Quando e assim que eu me vejo a pensar/imaginar como as coisas vão ser de acordo com memórias de situações semelhantes enquanto eu estou de férias ou em casa em Portugal, eu páro, respiro e dou-me direção física para escrever. Ou seja, eu dedico-me a criar uma nova realidade para mim no local onde eu estou e a parar a resistência a escrever.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a falta de vontade de escrever com o pensamento "já é tarde, escrevo amanhã", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta frase é uma decepção porque há quatro dias que digo o mesmo e que não resulta! Eu apercebo-me que em vez de querer enganar-me a mim própria, eu comprometo-me a encontrar uma solução física para escrever no dia seguinte, ou seja, a viver a decisão de realmente escrever no dia seguinte ao acordar 30min mais cedo, ou a comunicar com os meus amigos/familiares a minha vontade em escrever e que por isso os nossos planos têm de incluir isso, assim como eu incluo as refeições ou outras acções que me dão estabilidade física.

Eu comprometo-me a criar a minha própria estabilidade física ao criar as condições para eu escrever no meu dia-a-dia, independentemente de onde eu estou e com quem eu estou, porque sou sempre EU AQUI, um e igual com as minhas experiências. Apercebo-me que cada momento/experiência é um espelho de quem eu me tornei e que em honestidade própria dou direção a mim própria na minha recriação como Vida - aquilo que é melhor para mim e para os outros.

Eu já sei existir como mente - agora estou a aprender a existir como Vida.