DIA 96: "Viver" na imagem perfeita OU criar na perfeição?

sexta-feira, agosto 24, 2012 0 Comments A+ a-



A imagem perfeita é fingir que se vive, porque nada disso é real. Tomemos o exemplo de fazer planos à distância do tempo - planeamos o futuro mesmo quando sabemos que esse plano não é viável, no entanto, há uma esperança matreira de se conseguir fazer tudo e ainda ser-se pontual! Por experiência própria, não funciona.Viver da imaginação é uma tendência da mente e esta semana foi super stressante para mim. Tinha deadlines de coisas para completar no trabalho e fora do trabalho mas havia um projecto que eu estava mesmo focada - sabia que não podia falhar. O stress que sentia era baseado no medo de falhar ou que erros do passado voltassem a acontecer. Mas em vez de parar e investigar os padrões a que me estava a prender, eu continuei envolvida na imagem do projecto ideal. Comecei a fazer jogos mentais e imaginar o resultado final, como se flutuasse sobre todos os aspectos do projecto sem de facto testar as coisas. Projectei-me no futuro este dia como sendo O DIA do projecto. A certa altura, apercebo-me que faltava um elemento fundamental que era da minha responsabilidade e eu não o tinha comigo. Como era possível! Toda a semana parar preparar isto e não o fiz o melhor que eu podia ter feito!Apercebo-me que o facto de ter permitido alimentar em mim o medo de errar sem que nada fizesse para o parar foi meio caminho andado para repetir aquilo que eu já conhecia e que sabia ser capaz de fazer. 

Dou-me agora a oportunidade de escrever sobre este ponto, ver os pensamentos aos quais me prendi e re-escrever o meu guião de ação para que para a próxima VIVA em plena confiança e sem backdoors.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido agarrar-me à ideia que eu preciso de sentir a pressão do tempo (ou da falta deste) para eu puxar por mim e dedicar-me o máximo que eu consigo, sem me aperceber que é a mim que eu me estou a enganar e a criar instabilidade, mais ninguém!

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com a imagem de ter sucedido no projecto sem garantir que todos os passos estavam a ser dados nessa direção.Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido PARAR a memória da experiência do passado em que também não fui responsável por tudo aquilo que eu estava a fazer e que acabei por ter de remediar. Eu apercebo-me que este remediar não é a solução pois abre o precedente e a ideia que as coisas não podem ser perfeitamente feitas no prazo combinado e com o máximo empenho.Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar em remediar a minha ação em vez de garantir que eu me empenho naquilo que eu quero ver acontecer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido procurar justificar o meu esquecimento e distração em vez de parar de alimentar esta bola de neve e de facto olhar para o ponto que já se tem repetido e perdoar os pensamentos que desencadearam a ação (ou a não ação).

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar mostrar que tenho tudo em ordem em vez de realmente garantir que está tudo em ordem para o projecto funcionar.

Eu apercebo-me que este é um pensamento/padrão mental que justifica o mundo em que vivemos em tudo demora imenso tempo a aperfeiçoar-se e no qual eu me tenho permitido repetir os padrões de remedeio e de esperança que me prendem à mente, em vez de eu me permitir tornar assertiva naquilo que eu quero criar e com vontade própria me dedicar à minha ação.

Quando e assim que eu me vejo a saltar para a imagem de sucesso/falhanço em relação a um projecto, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a imaginação pode ser traiçoeira pela sensação de conforto que traz, quando na realidade SEREI SEMPRE EU A DEDICAR-ME E A CRIAR A MINHA REALIDADE. Por isso, eu comprometo-me a tomar responsabilidade por mim, pelos meus projectos e andar cada passo completamente, de modo a que o projecto/aquilo que eu faço e digo seja consistente.

Tal como quando se constrói uma casa, é posto cada tijolo lado a lado, sem espaços vazios esquecidos pelo meio, visto que isso irá comprometer toda a construção.


Quando e assim que eu me vejo a acomodar à ideia que ainda tenho tempo para o projecto eu páro e respiro. EU apercebo-me que esta separação temporal é uma limitação! Vejo então que não é uma questão de ter tempo para o projecto, mas sim de dar tempo a mim própria para o projecto. Eu apercebo-me que eu subestimo o tempo que eu levo a fazer as coisas com base na ideia do tempo que as coisas levam, sem primeiro testar e usar o meu exemplo, não o dos outros. 

Quando e assim que eu me vejo a participar na manipulação da minha mudança com a ideia do tempo que as coisas levam, eu páro e respiro.

Quando e assim que eu me vejo a usar como exemplo experiências que não foram um exemplo, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que, ao continuar a alimentar as memórias de experiências passadas, estou à partida a contaminar a minha capacidade de me recriar a cada momento. 

Logo, quando e assim que eu me vejo a lembrar um caso passado em que eu não fui totalmente responsável na minha das tarefas, eu páro essa memória e não me deixo controlar pelo passado. Em vez disso, eu escrevo sobre a experiência passada; eu escrevo os medos associados; eu escrevo as emoções e eu escrevo as realizações e a minha auto-correção. Só assim é uma correção honesta e viável.

Eu apercebo-me que é essencial perceber de onde é que o primeiro pensamento veio  pois foi é com base nesse pensamento que acabo por espalhar tijolos, em vez de colocar cada tijolo consistentemente.

Quando e assim que eu me vejo participar na polaridade estabilidade agora e stress na hora, eu páro e respiro. Eu realizo que a minha criação não existe no futuro mas existe AQUI, ou seja, em senso comum a minha criação só será perfeita se o meu presente for caminhado na perfeição, a cada respiração, a cada passo, a cada análise, a trabalhar os pontos que surgem, os medos que surgem, a dedicar-me a ser Activa em relação aos padrões que surgem mesmo aqui em mim para eu os ver e trabalhar neles. Tal como eu estou a escrever agora.

Confesso que antes de ter começado a escrever sobre este ponto, estava ter resistência para começar a escrever. Na minha mente estava registada a ideia "não tenho nada para escrever", quando em honestidade própria, ao começar a escrever, o padrão começou a ficar claro. Com base no evento que se passou durante o dia (que já havia começado no principio da semana), acabo por dar a resposta a mim própria sobre como lidar com a mente de modo criar-me aqui pelo o melhor de mim e das coisas que eu faço. Apercebo-me também que permitir repetir os mesmos padrões da mente é um abuso próprio. Eu comprometo-me a aplicar a minha honestidade e respeito próprio para parar de recriar as mesmas consequências de auto-destruição e de insegurança-própria.  Eu dedico-me a viver o perdão próprio e a auto-correção na minha criação. Eu páro a mente para viver no físico. Eu páro a imagem perfeita da imaginação parar criar a ação na perfeição. Eu aperfeiçoo-me no presente a cada momento para criar uma VIDA que seja o melhor parar mim e para todos.

Re-escrevendo quem eu sou...