DIA 84: A Personalidade da Boa Pessoa

sexta-feira, agosto 10, 2012 1 Comments A+ a-



Todos desejamos ser boas pessoas, mas a que custo? Somos educados a ter "boas maneiras" para não envergonhar os adultos e somos ensinados a mentir a partir do momento em que aprendemos a falar. Ou seja, ser-se "boa pessoa" é viver em constante medo de punição e castigo. Tudo o que tem existido até agora  é MEDO e é para isso que estamos na Terra: para resolvermos este assunto.

Vê por ti como a personalidade de ser-se "boa pessoa" foi criada com base em medo e ansiedade. Certamente só se tem interesse em ser-se "boa pessoa" aos olhos de umas quantas pessoas, normalmente pelo poder que detêm e pelo valor da recompensa - tal e qual um sacrifício... Nesta ânsia de apreciar os outros estamos a comprometer a nossa honestidade própria e a honestidade para com os outros. E tem sido sempre assim - nós somos a cópia dos medos e padrões mentais/comportamentais dos nossos pais que foram transmitidos nos primeiros anos de vida, que por sua vez haviam sido transmitidos pelos avós, etc. etc.. Em pouca palavras: ficámos pelo caminho. Aquilo que poderia ter sido o desenvolvimento humano ao seu potencial máximo acabou por ficar suprimido em ideias de boas maneiras e a necessidade de se provar ser mais e melhor, sem nunca nos realmente conhecermos uns aos outros em apoio incondicional.

 Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido passar toda a vida a tentar ser boa pessoa aos olhos dos outros e apreciar as minhas relações. Apercebo-me que acabei por negligenciar por completo a relação comigo própria e perceber a extensão do medo, maldade e compromisso quando se "vive" para apreciar os outros, em vez de me focar no desenvolvimento pessoal em honestidade própria, intimidade e auto-confiança.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido usar a lenga-lenga  de "ser boa menina" para justificar aquilo que eu sei ser desonesto comigo (com a vida) pois é baseado na crença que alguém irá resolver os meus medos/problemas/preocupações, em vez de eu tomar responsabilidade e resolver os medas/problemas/preocupações que eu criei para mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tornar-me dependente das instruções dos outros sobre aquilo que se pode/não se pode fazer e assim acabar por repetir as supressões, medos, desigualdades, personalidades e desonestidades dos antepassados. Eu apercebo-me que qualquer resistência em fazer as coisas de forma diferente (não necessariamente o oposto) é de facto uma resistência da mente pois trata-se de criar fora dos padrões do passado.

Apercebo-me agora que vestir o papel de "boa pessoa" não muda quem eu sou, nem os outros nem o mundo/humanidade, porque cada pessoa está individualmente preocupada a tentar ser uma "boa pessoa" e a agradar os outros, perdendo a realidade e a relação connosco próprios.

Eu comprometo-me/ajudo-me a descobrir esta "personalidade da boa pessoa" que até agora tem delineado quem eu sou aos olhos dos outros e dedico-me a desenvolver uma relação de intimidade e introspeção pessoal para ver a realidade que eu tenho permitido e aceite criar/ser através da mente.

Eu dedico-me a parar esta experiencia desgastante de querer agradar os outros seres humanos com base em relações de medo, raiva, supressões, ansiedade para mudar e transformar a minha participação aqui numa solução prática para o mundo/humanidade /mim. Eu não vou continuar a desperdiçar a minha existência aqui a agradar/"viver" para os outros; Eu estabeleço-me a ser/estar aqui em igualdade e unidade e a simplesmente fazer aquilo que tem de ser feito na prática e fisicamente, sem necessidade de agradar a terceiros (que é somente baseado em ideias da mente).

Eu dedico-me a recriar-me em honestidade própria e a garantir que a minha ação não é baseada na imagem de ver alguém satisfeito/orgulhoso de mim. Quando e assim que eu me vejo a participar na motivação de agradar alguém, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que agradar é admitir que há separação e desigualdade em relação ao outro - logo, uma ação em honestidade própria é baseada em igualdade ao fazer-se aquilo que também se faria por si próprio, sem querer ser-se visto como melhor nem com medo de se ser julgado como inferior.

Ao escrever estas linhas vejo também que a "necessidade" de agradar o outro é baseada no medo de se ouvir "estou desapontado comigo; desiludiste-me". Eu apercebo-me que qualquer desilusão que o outro possa ter de mim ou que eu possa ter dos outros foi somente baseada na ilusão/ideias que nos permitimos acreditar e projectar uns nos outros. Nesta dança de personalidades, aceitou-se ser mais fácil/conveniente acreditar que o outro é melhor/mais capaz/boa pessoa, do que cada um de nós se tornar na honestidade própria/mudança que se quer ver no mundo.

O perdão próprio acarreta consigo imediata responsabilidade de Vida - não significa que se é livre do passado como uma forma de liberação, mas trata-se de tomar responsabilidade pela correção a partir de agora.

1 comments:

Write comments
Cask
AUTHOR
domingo, 12 agosto, 2012 delete

Eu compreendo um pouco Joana, eu falar portu-nol, lol

Cool blog

Reply
avatar