DIA 81: Escrever todos os dias é respirar todos os dias

terça-feira, agosto 07, 2012 0 Comments A+ a-


Comemos todos os dias. Estamos aqui todos os dias. Respiramos a cada momento... Será mesmo? Quantas vezes por dia estamos cientes da nossa respiração? Será que se tornou normal ser-se um robot orgânico?
Escrever todos os dias - tal como com a respiração. Noto que há ainda uma resistência para me sentar e focar-me a escrever. É demasiada estabilidade para a mente e, quando dou por mim, estou já em pensamentos, imagens, planos para fazer a seguir... Até eu parar novamente e aperceber-me que a chave é estar ciente de mim, da minha respiração e das palavras que eu escrevo. Eu +e o meu processo de recriação, onde eu estou a rescrever o meu guião, sem improvisos, simplesmente aqui.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para escrever é real.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar activamente nos pulos da mente, em vez de dar a mim própria a estabilidade de me focar naquilo que eu estou a fazer, a cada respiração.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido justificar a procrastinação de deixar para amanhã, com base em sono, cansaço, outras prioridades quando em honestidade própria eu sei que é a mim quem eu me estou a tentar enganar.

Eu comprometo-me a ser/criar-me estável no ponto de escrever todos os dias acerca do meu processo.
Eu comprometo-me a parar as justificações e ideias da mente - eu foco-me em escrever para mim com o tempo que eu tenho, sem sabotar logo à partida ao imaginar-me no conforto da cama ou na imagem de mim a fazer outra coisa.
Eu apercebo-me que o factor da resistência é de facto um indicador porreiro para eu ver os pontos que eu tenho de dar direção para ultrapassar a resistência.

Quando e assim que eu me vejo a adiar a escrita para o fim da noite, eu páro, eu respiro e direciono-me fisicamente para me sentar numa cadeira em frente ao computador, toco no reclado e foco-me no que eu vou escrever. Eu dedico-me à minha própria respiração. Quando e assim que eu me vejo a fechar os olhos em frente ao ecrã, eu respiro e permito-me estar aqui fisicamente. Curiosamente, apercebo-me que o sono é mais intenso quando eu estou a escrever do que se eu estiver a fazer outras coisas.
Eu apercebo-me que escrever é a melhor maneira de abrandar a mente e ver tudo com mais claridade e perspectiva. Eu dedico-me a escrever por mim e comprometo-me a estar atenta à resitência a escrever- Quando e assim que eu me vejo a adiar a escrita, eu páro o pensamento, eu respiro, eu perdoo-o o pensamento que desencadeou o desejo de adiar a escrita, e eu dedico-me a escrever e a participar nesta realidade física com acções práticas que me possam ajudar no momento, e.g. sentar-me, tocar no teclado; abrir os olhos.