DIA 94: Enfrentar a montanha de coisas por fazer e o peso do corpo

terça-feira, agosto 21, 2012 0 Comments A+ a-


Através da mente as coisas parecem ser maiores do que aquilo que realmente são - é o chamado papão, sobre o qual temos ouvido falar desde pequenos - e o peso do corpo manifesta o fardo que temos vindo a carregar.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar estar contra o tempo (ou o tempo contra mim) baseada no medo de não fazer tudo aquilo que eu preciso de fazer.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar esta pressão em mim própria porque me imagino a ter tudo feito e enquanto isso não estiver realizado eu acredito não estar realizada. Eu apercebo-me que estou a participar numa caça às imagens, em busca da sensação de realização que eu me limitei a definir como dependente das coisas estarem feitas e portanto parece que a minha vida está pendente do futuro, em vez de estar estável aqui em plenitude a cada inspiração e expiração, momento a momento, em tudo o que eu faço. Só assim estou presente e só assim eu estou a viver fisicamente em honestidade própria, ciente de mim, em unidade e igualdade com tudo o que eu faço.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acumular as coisas/imagens daquilo que eu preciso de fazer como se cada imagem acumulada fosse um peso a acumular-se em mim e fisicamente é assim que me sinto. Eu apercebo-me que eu estou a criar esta prisão em mim própria quando a solução é simples: parar a imagem QUE NÃO É REAL e REALMENTE fazer o que há a fazer, passo a passo, em senso comum, em auto-descobrimento e aperfeiçoamento, sem querer ir mais rápido do que aquilo que é fisicamente possível. 

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido habituar-me a acumular imagens/desejos da mente que não são realistas, em vez de tomar a decisão (e viver a decisão) de parar de criar ansiedade em mim e garantir que me ajudo a estabelecer ações em senso comum e de acordo com o tempo-espaço físico em que eu sou/estou. Eu apercebo-me que é a mim que me engano ao querer seguir as imagens da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido usar estes planos da mente como forma de entretenimento e assim distrair-me de quem eu sou a cada momento na minha ação em honestidade própria, como se tudo o resto fosse inferior àquilo que eu acredito ter de realmente fazer. 
Eu perdoo-me por  me ter aceite e permitido acreditar que só vou estar bem/estável quando fizer essas coisas em vez de me permitir fazer tudo como uma expressão minha em igual dedicação e assim criar a minha estabilidade a cada momento.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que ao criar esta polaridade acabo por não fazer aquilo que quero fazer pois acredito não estar preparada para a "tal ação superior" e assim acabo por passar o tempo a fazer aquelas coisas que eu considero serem ações pequeninas que afinal ocuparam toda a minha noite.

Quando e assim que eu me vejo julgar as ações que eu tenho a fazer como inferiores/superiores, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que fui eu que criei estas ideias para  mim própria  logo, eu sou capaz de parar de alimentar o papão à volta das ações grandes e de parar de distanciar-me de mim própria.
Eu realizo que cada ação sou eu na minha expressão física, logo, sou sempre eu, em unidade e igualdade com aquilo que eu faço. Eu vejo então que estas ideias são o reflexo da ideia que sou inferior enquanto não fizer "aquelas" ações que, aos olhos da mente, me fazem superior a quem eu sou - quando a solução é realizar que eu não me defino pleas ações (superiores/inferiores; boas/más; mais/menos) - mas sim Quem Eu Sou como Vida - como aquilo que é melhor para todos - será reflectido em todas as minhas ações.

Quando e assim que eu me vejo pensar que sou inferior caso não faça determinada ação eu páro, respiro, e investigo o que é que eu acredito estar separado de mim e o que é que eu penso que tal ação/"sucesso" me vai trazer que eu ainda não dou a mim própria. Eu sou a solução para todos os problemas que eu criei na minha mente!

Quando e assim que eu me vejo pensar que uma determinada ação é maior do que eu (demais para mim), eu páro e respiro. Eu realizo que o medo de "não estar à altura" é baseado na ideia de inferioridade/vítima e que a solução é parar o julgamento superior/inferior para Ser completa em mim como Vida que eu sou. Eu apercebo-me que não tem a ver com aquilo que eu faço mas com Quem Eu Sou naquilo que eu faço. Ao decidir ser aquilo que é o melhor para mim/todos, eu páro o carácter da desistência.  

Eu apercebo-me que o desejo de "estar pronta para fazer isto" ou "esperar pelo momento certo" é uma resistência a fazer de facto, baseada no medo de falhar porque acreditei na ideia que se não alcançar esse objectivo estou perdida e por isso evito sequer começar. Quando e assim que eu me vejo a ter resistência para fazer qualquer coisa, eu páro o medo e dedico-me passo a passo àquilo que tem de ser feito e assim não me perco de mim própria. Eu apercebo-me que a "esperança" que eu coloquei naquela ação não é real e que a resistência a fazer é de facto como um castigo  imposto a mim própria que também não é real - na realidade eu  sou a ação, eu sou a dedicação, eu sou a entrega, eu sou a vontade própria, eu sou a vulnerabilidade, eu sou a liberdade, eu sou a minha criação, eu sou a respiração. Eu dedico-me então a devolver a minha confiança incondicionalmente e a realizar  que a minha estabilidade é baseada na minha respiração, honestidade própria e que eu tenho sempre a capacidade de parar os medos/ideias/resistências da mente e tomar direção própria.

Eu comprometo-me a estar um e igual com todas as minhas ações e a abraçar todas as minhas ações como a minha criação. Eu apercebo-me que eu me estou a recriar a cada momento e eu dou-me direção para que a minha criação seja em honestidade comigo, em auto-aperfeiçoamento e estável, como um espelho de mim própria. Logo, eu dedico-me a criar a minha estabilidade física com a ajuda da respiração e da escrita, como ferramentas essenciais para parar de participar na mente, ver as desonestidades e estar aqui para me corrigir fisicamente.

Quando e assim que eu me vejo a participar na ansiedade de quando eu penso nas coisas que eu me comprometi a fazer, eu páro de pensar nas imagens e respiro. Eu páro a imagem; Eu páro a ansiedade porque fui eu responsável por criá-la primeiramente. Eu páro o hábito de participar no stress  como se quisesse fugir para não enfrentar aquilo que tenho para fazer e respiro. Eu digo a mim própria "Eu estou aqui, estas ações são a minha criação e não posso fugir da Vida que eu Sou!". Eu apercebo-me que em senso comum é possível planear as tarefas de acordo com o tempo disponível e dar prioridade a determinadas ações que exigem rápida resposta e assim parar o medo de falhar pois quem eu sou em honestidade própria será manifestado em tudo o que eu faço.

Eu comprometo-me a realizar que eu sou capaz de parar a ansiedade pois cada ação é baseada naquilo que é o melhor para mim e para todos a cada momento.

Dedico-me também a estabelecer uma comunicação clara comigo própria e de facto viver as palavras daquilo que me comprometo fazer, sem permitir sabotar a minha decisão com o medo de falhar. É interessante ver como a mente pára a iniciativa humana: primeiro ao imaginar tudo feito (enquanto na realidade nada ainda foi começado) e depois tem-se medo de falhar (não se começa).

Eu apercebo-me que as ações não têm peso mas somente o peso da ideia que eu criei sobre as ações.

Eu decido: ser o pesadelo da montanha de coisas que eu penso em fazer OU ser/viver a realização de me recriar aqui a cada momento em tudo o que eu faço. Será que temos escolha?