DIA 76: O padrão da desistência - Parte 2

quarta-feira, agosto 01, 2012 0 Comments A+ a-


(continuação...)
"É sempre a mesma coisa"
"Isto acontece sempre comigo"

No top de hoje, a frase-cliché da desistência é  "Ele não muda, então também não mudo". Será que a nossa dependência emocional é justificação para desistirmos de nós próprios? Vejamos: a única mudança que se vê é a mudança própria, porque mesmo que o outro mude, estamos demasiado ocupados na nossa mente para ver o que se passa à nossa volta. O mundo é um espelho daquilo que aceitamos em nós próprios.
A boa notícia é que o planeta continua a ser o mesmo, provavelmente o emprego continua a ser o mesmo, o namorado talvez continue a ser o mesmo, os pais serão sempre os mesmos. Temos portanto a oportunidade de mudar por nós próprios e testar a nossa mudança na relação que temos com os outros - sem dependências, sem necessidade de atenção, sem carência, sem ciúme, sem inveja, sem comparação, sem desigualdade... É em nós próprios que podemos garantir que alguma coisa comece a mudar. Em relação ao ponto de partida do cliché do dia "Ele não muda, então também não mudo" é importante limparmo-nos desta ideia fixa que só limita a nossa realidade. Assim:

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a minha mudança está dependente da mudança do outro, como se eu precisasse que o outro desse um passo para eu começar a andar, sem me aperceber que eu tenho as pernas que preciso para começar a andar por mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que quando as coisas à minha voltam mudam eu estou a mudar - eu apercebo-me que as coisas à minha volta são distrações porque os meus padrões continuam a ser os mesmos.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desistir de mim própria ao pensar que o outro é mais capaz de mudar do que eu; eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desistir da minha direção ao pensar que se o outro não muda então é inútil eu mudar - eu realizo que eu mudo por mim e que eu sou o exemplo para mim própria a cada momento. Até agora eu tenho sido a única responsável por não tomar a decisão de parar os padrões da mente e mudar a minha relação comigo/com os outros.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que se não fosse o outro/a outra eu não conseguia viver. Eu apercebo-me que dependência é um sistema de sobrevivência e não de vida.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido adiar a minha vida/direção/responsabilidade por mim ao acreditar que preciso algo exterior para me fazer mudar.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido cair na desilusão de pensar que preciso de estar preparada - eu apercebo-me que nunca haverá um momento em que eu digo a mim própria "estou preparada" a não ser que eu diga a mim própria. Agora. A todo o momento. (experimenta dizer: "Eu estou preparada para mudar, a cada respiração, eu nasço, eu morro. Crio-me a cada respiração. Não preciso de pensar que estou preparada. Eu já estou aqui.")

Quando e assim que eu me vejo comparar o meu processo/a minha vida/a minha direção com os outros, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a estar um e igual com os outros. Eu apercebo-me que a comparação é uma armadilha da mente de aparente desempoderamento e inferioridade compeltamente contra o principio da existência em unidade e igualdade.

Quando e assim que eu me vejo à espera que o mundo à minha volta/as pessoas mudem para eu mudar, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas condições são aquilo que eu impus a mim própria e que só a mim eu me estou a condicionar.

Ao realizar que só a mim me tenho limitada à espera que o outro mude, eu tomo a decisão de ser a minha direção. Eu páro de culpar o outro e dedico-me a mudar em mim aquilo que eu desejo que o outro mude - eu apercebo-me que todas as relaçoes/ideias da mente são espelhos dos meus olhos que vêm através da mente.

Quando e assim que eu me vejo limitar/parar ao pensar que não estou preparada ou que não é o momento "ideal", eu páro e respiro. Eu estou sempre aqui a cada momento. Ao parar a mente/o pensamento/a dúvida, eu apercebo-me que  um momento é igual ao próximo momento. Eu dedico-me à minha respiração e à minha presença física. Ao parar a mente, eu estou completa aqui.

Eu comprometo-me a confiar em mim a cada momento da minha criação para o melhor de mim, de quem eu Sou enquanto Vida. Eu comprometo-me a Tornar-me o meu próprio exemplo em honestidade comigo e com os outros, sem dependências, medos, julgamentos, comparações, personalidades, desistência nem desigualdade.

Quando e assim que eu desejo que algo externo mude para eu mudar, eu páro e respiro. Em honestidade própria eu vejo que não estou de modo algum a tomar responsabilidade por mim e pela minha direção. O desejo de mudança exterior é uma distração porque o desejo não cria nada. Logo, eu dedico-me à minha presença física e a tomar direção física para criar a minha mudança que é o processo de me tornar honesta comigo própria e, como um espelho, crio mudanças à minha volta que sejam o melhor para todos.
Resta-nos desistir da mente de sobrevivência e acordar para a Vida.