DIA 84: A Personalidade da Boa Pessoa
Todos
desejamos ser boas pessoas, mas a que custo? Somos educados a ter "boas
maneiras" para não envergonhar os adultos e somos ensinados a mentir a
partir do momento em que aprendemos a falar. Ou seja, ser-se "boa
pessoa" é viver em constante medo de punição e castigo. Tudo o que tem
existido até agora é MEDO e é para isso
que estamos na Terra: para resolvermos este assunto.
Vê por ti
como a personalidade de ser-se "boa pessoa" foi criada com base em
medo e ansiedade. Certamente só se tem interesse em ser-se "boa
pessoa" aos olhos de umas quantas pessoas, normalmente pelo poder que
detêm e pelo valor da recompensa - tal e qual um sacrifício... Nesta ânsia de
apreciar os outros estamos a comprometer a nossa honestidade própria e a
honestidade para com os outros. E tem sido sempre assim - nós somos a cópia dos
medos e padrões mentais/comportamentais dos nossos pais que foram transmitidos
nos primeiros anos de vida, que por sua vez haviam sido transmitidos pelos
avós, etc. etc.. Em pouca palavras: ficámos pelo caminho. Aquilo que poderia
ter sido o desenvolvimento humano ao seu potencial máximo acabou por ficar
suprimido em ideias de boas maneiras e a necessidade de se provar ser mais e
melhor, sem nunca nos realmente conhecermos uns aos outros em apoio
incondicional.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido
passar toda a vida a tentar ser boa pessoa aos olhos dos outros e apreciar as
minhas relações. Apercebo-me que acabei por negligenciar por completo a relação
comigo própria e perceber a extensão do medo, maldade e compromisso quando se
"vive" para apreciar os outros, em vez de me focar no desenvolvimento
pessoal em honestidade própria, intimidade e auto-confiança.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido usar a lenga-lenga de "ser boa menina" para justificar
aquilo que eu sei ser desonesto comigo (com a vida) pois é baseado na crença
que alguém irá resolver os meus medos/problemas/preocupações, em vez de eu
tomar responsabilidade e resolver os medas/problemas/preocupações que eu criei
para mim própria.
Eu perdoo-me
por me ter aceite e permitido tornar-me dependente das instruções dos outros
sobre aquilo que se pode/não se pode fazer e assim acabar por repetir as
supressões, medos, desigualdades, personalidades e desonestidades dos
antepassados. Eu apercebo-me que qualquer resistência em fazer as coisas de
forma diferente (não necessariamente o oposto) é de facto uma resistência da
mente pois trata-se de criar fora dos padrões do passado.
Apercebo-me
agora que vestir o papel de "boa pessoa" não muda quem eu sou, nem os
outros nem o mundo/humanidade, porque cada pessoa está individualmente
preocupada a tentar ser uma "boa pessoa" e a agradar os outros,
perdendo a realidade e a relação connosco próprios.
Eu
comprometo-me/ajudo-me a descobrir esta "personalidade da boa pessoa"
que até agora tem delineado quem eu sou aos olhos dos outros e dedico-me a
desenvolver uma relação de intimidade e introspeção pessoal para ver a
realidade que eu tenho permitido e aceite criar/ser através da mente.
Eu dedico-me
a parar esta experiencia desgastante de querer agradar os outros seres humanos
com base em relações de medo, raiva, supressões, ansiedade para mudar e
transformar a minha participação aqui numa solução prática para o
mundo/humanidade /mim. Eu não vou continuar a desperdiçar a minha existência
aqui a agradar/"viver" para os outros; Eu estabeleço-me a ser/estar
aqui em igualdade e unidade e a simplesmente fazer aquilo que tem de ser feito
na prática e fisicamente, sem necessidade de agradar a terceiros (que é somente
baseado em ideias da mente).
Eu dedico-me
a recriar-me em honestidade própria e a garantir que a minha ação não é baseada
na imagem de ver alguém satisfeito/orgulhoso de mim. Quando e assim que eu me
vejo a participar na motivação de agradar alguém, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que agradar é admitir que há separação
e desigualdade em relação ao outro - logo, uma ação em honestidade própria é baseada em igualdade ao fazer-se
aquilo que também se faria por si próprio, sem querer ser-se visto como melhor
nem com medo de se ser julgado como inferior.
Ao escrever
estas linhas vejo também que a "necessidade" de agradar o outro é
baseada no medo de se ouvir "estou desapontado comigo;
desiludiste-me". Eu apercebo-me que qualquer desilusão que o outro possa
ter de mim ou que eu possa ter dos outros foi somente baseada na ilusão/ideias
que nos permitimos acreditar e projectar uns nos outros. Nesta dança de
personalidades, aceitou-se ser mais fácil/conveniente acreditar que o outro é
melhor/mais capaz/boa pessoa, do que cada um de nós se tornar na honestidade
própria/mudança que se quer ver no mundo.
O perdão próprio
acarreta consigo imediata responsabilidade de Vida - não significa que se é
livre do passado como uma forma de liberação, mas trata-se de tomar
responsabilidade pela correção a partir de agora.
1 comments:
Write commentsEu compreendo um pouco Joana, eu falar portu-nol, lol
ReplyCool blog