Dia 167: Escrever sem emoções ou sem "inspiração" da mente

quarta-feira, janeiro 30, 2013 1 Comments A+ a-


Para quem me conhece há algum tempo, provavelmente já tinha notado no meu deslumbramentos com as coisas- uma mistura de ingenuidade e de desejo de fazer as coisas parecerem mais do que aquilo que elas são. Alimentei tanto a mente ao longo dos anos que ainda dou por mim a acreditar em tudo o que se passa na minha mente como sendo real/honesto. A única inspiração que funciona é a inalação de ar. Tudo o resto que é baseado nos altos e baixos da energia das emoções é falso - se fosse real mantinha-se estável. A respiração é estável, embora a maior parte do tempo nem estejamos cientes disso.

Hoje estava no metro e decidi escrever - não fazia ideia sobre o quê. No momento em que estava a começar a escrever apercebi-me da sabotagem da mente "o que é que as pessoas vão pensar de mim", "e se elas lêem o que eu escrevo?", "tenho vergonha". Em vez de ouvir a mente ou esperar por uma inspiração não sei de onde, dei eu própria uma inspiração de ar e comecei. Comecei por escrever o perdão próprio sobre um ponto que tinha reparado na noite anterior e, a partir dali, a escrita fluiu. Escrevi também sobre a resistência que eu estava a ter a estar simplesmente ESTÁVEL no metro a escrever, ou a fazer qualquer outra coisa. Realizei que este desconforto mental é baseado na aparente separação para com os outros. Porque é que eu tenho medo de olhar nos olhos das pessoas à minha volta?
O que é que eu estou a evitar ver em mim? Estou a evitar tomar responsabilidade pela minha presença e pelas minhas ações. Segundo a mente, é mais fácil fingir que se está distraído e fingir que se está "noutra" do que estar-se ciente daquilo que fazemos e por isso garantir-se que se considera o mundo à nossa volta. Apercebo-me que esta separação em relação às outras pessoas tem a ver com o medo de conflito - medo que as pessoas reajam, ou projectem a sua raiva com violência de palavras ou física-mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a separação com as pessoas à minha volta é real somente porque não as conheço.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido assumir e acreditar que aquilo que eu não conheço é diferente de mim (ou melhor ou pior).
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na imaginação da mente de ver violência acontecer à minha volta.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que se eu evitar olhar para os olhos das pessoas eu estou a evitar entrar em conflito, quando afinal de contas fui eu quem criou a ideia de conflito em primeiro lugar na minha mente. Nisto, eu apercebo-me que todas as ideias de conflito começam em mim e que sou responsável por parar estas imagens de violência/gritos/conflito da minha mente e parar de projectá-las na realidade à minha volta.

Eu comprometo-me a olhar para as pessoas nos olhos e a estar clara e firme na minha atitude de parar a separação da mente.
Eu comprometo-me a estar estável em mim e nas minhas ações onde quer que eu esteja, que esteja na rua ou em casa ou no trabalho - é igual, sou sempre eu. Apercebo-me que a zona de conforto é um refúgio da mente baseado na separação/ideia de limitação.

Quando e assim que eu me vejo a procurar motivação ou alguma coisa que me dê conforto, eu páro e respiro. Eu crio a minha estabilidade em mim através da minha respiração e bem-estar pessoal, de dentro para fora.
Eu comprometo-me a parar o interesse próprio da mente, para realmente me permitir viver em honestidade própria e a ser/fazer aquilo que é o melhor para mim (tal como escrever) e em senso comum.

Quando e assim que eu me vejo com resistência a escrever por ter medo que alguém leia aquilo que eu escrevo, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta ideia/medo/julgamento que eu acredito que alguém possa ter de mim é de facto um espelho a mostrar-me aquilo que eu estou a permitir pensar de mim/definir-me.
Comprometo-me então a usar a mente para ver os julgamentos e ideia que eu tenho aceito em mim e PARAR esses julgamentos e ideias sobre mim própria. Eu vejo como estes pensamentos limitam a minha expressão e como tenho sido somente eu a limitar a minha expansão como Vida aqui.
Quando e assim que eu me vejo a pensar nos outros como estando separados de mim/contra mim, eu páro e respiro. Se eu estou no meio das pessoas, eu estou um e igual com as pessoas e sou um e igual com as pessoas. Qualquer separação ou medo ou julgamento meu e dos outros é uma projeção da MENTE QUE NÃO TEM DE SER SEGUIDA. A mente existe neste mundo para cada um de nós lidar com aquilo que temos criado para nós próprios e que temos de ser capazes de resolver por nós próprios. Não temos de seguir as conversas da mente; não temos de acreditar na violência da mente; não temos de copiar as imagens da mente!

Decido então viver pelos princípios de Unidade e Igualdade inerentes a esta realidade física (tudo o que está aqui e agora) e dedico-me a escrever sobre os padrões de separação da minha mente, a abrir-me comigo incondicionalmente e a recriar-me com base em soluções práticas respeitadoras da integridade física.

Percebo então aquilo que a Sunette quer dizer quando diz: "Sê neste mundo mas não deste mundo".

  Ilustração: CAPTIV(E)ated by Own IMAG(E)ination (Part Two): DAY 280
http://heavensjourneytolife.blogspot.com/2013/01/captiveated-by-own-imageination-part.html#

1 comments:

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Anónimo
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sexta-feira, 11 abril, 2014 delete

Também fico nesses jogos mentais no metrô

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