DIA 164: As relações públicas tomam-nos como estúpidos

domingo, janeiro 27, 2013 0 Comments A+ a-


Nem sei por onde começar, mas esta aparente indecisão é também uma distração da mente. Começo por respirar fundo e foco-me naquilo que quero partilhar.  Este "querer partilhar" não é baseado em desejo - é simplesmente um partilhar daquilo que é necessário saber-se. Curiosamente, neste artigo vou falar sobre o desejo que tem sido implementado nos nossos cérebros, mentes e corpos, tal e qual um chip que reage a emoções. Muita desta informação é partilhada em documentários e artigos que eu recomendo investigar-se. Um deles chama-se The Century of Self e explica claramento como é que nós, cidadãos/humanidade temos sido tomados como estúpidos. Estas são palavras do famoso Edward Berneys, sobrinho de Segmund Freud, que aplicou os vários estudos do comportamento das massas nas correntes do consumismo e do mercado livre. Podemos dizer que as gerações antes da nossa foram acorrentados por tal deslumbramento que até hoje nós próprios mantemos certos comportamento irracionais ligados ao consumismo.

Quantos de nós não sente uma energia miudinha quando tudo parece que está "no lugar certo" e se tem um vaipe para fazer compras?

Ou, por outro lado, quando tudo parece estar a desabar, um belo chocolate traz miraculosamente uma estabilidade de infância?

E ainda, sabes de onde e como é que as mulheres começaram a fumar e porquê?

Todos estes fenómenos sociais são explicados e demonstrados neste documentário através de imagens da época alta dos anos 20-30 do século XX. Eu pergunto-me, que Self é este? Será que realmente NÓS somos máquinas de felicidade? Tudo depende daquilo que permitimos e aceitamos ser e fazer. A grande revolução daquela altura foi uma mudança nos hábitos de comportamento através do apelo aos sentimentos e emoções - que tem o nome de lavagem cerebral - num momento em que o desejo tomou conta da necessidade. Esta foi a resposta à pergunta de Edward Bernays sobre como incentivar a produção e consumo em tempo de paz.

Esta manipulação é assustadoramente real - basta ver-se as reações que se manifestam em estádios de futebol ou em comícios políticos, em que a mente de uns quantos comando a vontade da maioria. Enquanto uns se entretêm com emoções, outros enchem os bolsos aos milhões em apostas e investimentos...

Quem dita as regras do socialmente aceite? Vejamos: durante o movimento das sufragettes conseguiu passar-se a vender cigarros a um novo público alvo: as mulheres. Como? Promoveu-se a ideia que um cigarro na boca era sinal de emancipação sob os homens (elemento fálico do cigarro) e que daria poder às mulheres. Mas será que foi realmente este benevolente acto de compaixão e igualdade para com as mulheres que incentivou tanta publicidade? Obviamente que não! Como foi dito pelo Presidente da American Tobacco company, havia potencial no mercado feminino e a sua exploração era como "abrir-se uma mina de ouro no quintal da frente" (It will be like opening a gold mine right in our front yard.”, George Washington, 1928). Ou seja, foi uma encenação com sucesso - juntou-se a conotação emocional da "guerra dos sexos", Edward Bernays pagou às mulheres para percorrem as ruas com cigarro na boca, contratou fotógrafos para capturarem boas imagens, intitulou o evento como as "tochas da liberdade" e distribuiu as noticias nos canais onde tinha influencia.

Assim se criou a ideia de desejo em nome de uma liberdade vendida, sem se ver qual era o grande esquema de controlo a segurar as marionetas. Mais uma vez,  tudo depende daquilo que permitimos e aceitamos ser e fazer. Seremos a mente estúpida em que não se pode confiar, ou somos a decisão de mudar o rumo da História em por uma humanidade verdadeiramente livre da corrupção mental e financeira?

A continuar...