DIA 164: As relações públicas tomam-nos como estúpidos
Nem sei por
onde começar, mas esta aparente indecisão é também uma distração da mente.
Começo por respirar fundo e foco-me naquilo que quero partilhar. Este "querer partilhar" não é
baseado em desejo - é simplesmente um partilhar daquilo que é necessário
saber-se. Curiosamente, neste artigo vou falar sobre o desejo que tem sido
implementado nos nossos cérebros, mentes e corpos, tal e qual um chip que reage
a emoções. Muita desta informação é partilhada em documentários e artigos que
eu recomendo investigar-se. Um deles chama-se The Century of Self e explica
claramento como é que nós, cidadãos/humanidade temos sido tomados como
estúpidos. Estas são palavras do famoso Edward Berneys, sobrinho de Segmund Freud,
que aplicou os vários estudos do comportamento das massas nas correntes do
consumismo e do mercado livre. Podemos dizer que as gerações antes da nossa
foram acorrentados por tal deslumbramento que até hoje nós próprios mantemos
certos comportamento irracionais ligados ao consumismo.
Quantos de
nós não sente uma energia miudinha quando tudo parece que está "no lugar
certo" e se tem um vaipe para fazer compras?
Ou, por
outro lado, quando tudo parece estar a desabar, um belo chocolate traz
miraculosamente uma estabilidade de infância?
E ainda,
sabes de onde e como é que as mulheres começaram a fumar e porquê?
Todos estes
fenómenos sociais são explicados e demonstrados neste documentário através de
imagens da época alta dos anos 20-30 do século XX. Eu pergunto-me, que Self é este? Será que realmente NÓS somos máquinas de felicidade? Tudo depende
daquilo que permitimos e aceitamos ser e fazer. A grande revolução daquela
altura foi uma mudança nos hábitos de comportamento através do apelo aos
sentimentos e emoções - que tem o nome de lavagem cerebral - num momento em que
o desejo tomou conta da necessidade. Esta foi a resposta à pergunta de Edward
Bernays sobre como incentivar a produção e consumo em tempo de paz.
Esta
manipulação é assustadoramente real - basta ver-se as reações que se manifestam
em estádios de futebol ou em comícios políticos, em que a mente de uns quantos
comando a vontade da maioria. Enquanto uns se entretêm com emoções, outros
enchem os bolsos aos milhões em apostas e investimentos...
Quem
dita as regras do socialmente aceite? Vejamos: durante o movimento das
sufragettes conseguiu passar-se a vender cigarros a um novo público alvo: as
mulheres. Como? Promoveu-se a ideia que um cigarro na boca era sinal de
emancipação sob os homens (elemento fálico do cigarro) e que daria poder às
mulheres. Mas será que foi realmente este benevolente acto de compaixão e
igualdade para com as mulheres que incentivou tanta publicidade? Obviamente que
não! Como foi dito pelo Presidente da American Tobacco company, havia potencial
no mercado feminino e a sua exploração era como "abrir-se uma mina de ouro
no quintal da frente" (It will be like opening a
gold mine right in our front yard.”, George Washington,
1928). Ou seja, foi uma encenação com sucesso - juntou-se a conotação emocional
da "guerra dos sexos", Edward Bernays pagou às mulheres para
percorrem as ruas com cigarro na boca, contratou fotógrafos para capturarem
boas imagens, intitulou o evento como as "tochas da liberdade" e
distribuiu as noticias nos canais onde tinha influencia.
Assim se
criou a ideia de desejo em nome de uma liberdade vendida, sem se ver qual era o grande
esquema de controlo a segurar as marionetas. Mais uma vez, tudo depende daquilo que permitimos e
aceitamos ser e fazer. Seremos a mente estúpida em que não se pode confiar, ou
somos a decisão de mudar o rumo da História em por uma humanidade
verdadeiramente livre da corrupção mental e financeira?
A
continuar...


