DIA 159: Estar na lua? Ou tempo passado na mente?

domingo, janeiro 06, 2013 0 Comments A+ a-


Tenho-me apercebido que grande parte do tempo que eu levo a fazer as coisas é desperdiçado na mente. Isto lembra-me a música dos Xutos e Pontapés chuva dissolvente "O que foi feito de TI!, O que foi feito de TI ! Já me lembrei, já me esqueciiii"... E assim se passam os momentos, as horas, os dias, os anos... Vividos na mente esquecendo o físico.
Provavelmente esta sensação de "estar na lua" é familiar a muitos de nós, porque todos temos uma mente com que nos preocupar que nos tira desta realidade física.
Este tem sido um dos pontos que eu tenho trabalhado esta semana, ou seja, estar ciente dos meus passos e das minhas conversas na mente enquanto faço uma coisa - quantas vezes eu penso em fazer uma coisa e quando dou por mim estou a fazer outra? Ou então decido fazer uma coisa e depois penso que para essa ser feita tenho de fazer outra antes, e assim sucessivamente, numa continua acumulação de planos que não passam da mente.
Uma coisa que me tem ajudado é parar, respirar e ver aquilo que estou a fazer. Se reparo já estar presa nesta cadeia de pensamentos, dou-me a oportunidade de recomeçar, desta vez numa ação física e não meramente na mente. Viver ações na mente é uma mentira, por isso é uma perda de tempo - tal e qual é uma perda de tempo inventar desculpas para cobrir algo que é simples de fazer - ver a situação em senso comum, ser honesta comigo própria e agir para corrigir a minha realidade.
Às vezes tenho esta sem(s)ação quando vejo filmes, como se estivesse a viver a vida das personagens na minha mente e a partilhar os medos, preocupações, ansiedades - na realidade, eu estou sentada no sofá ou no cinema, mas a minha mente anda por aí...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que as ações que eu imagino dentro da minha mente são reais e que são uma espécie de sinal que eu tenho de seguir.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a mente me "está a dizer qualquer coisa" ou que a conversa da mente é uma conversa de Deus!

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que as conversas da mente são um reflexo dos medos que eu tenho de resolver em mim e que não vão "passar" com o tempo - tenho de ser eu a lidar com as ideias/medos que eu criei para mim própria e a garantir que não participo nestas ideias/medos.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido limitar a minha expressão física com medo que as conversas da mente passassem para a realidade, em vez de perceber a origem das conversas da mente e PARAR de fomentar tais conversas. 

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido dedicar-me a criar a minha realidade física livre-da-mente, a viver em senso comum, a viver aquilo que é melhor para mim e a auto-ajudar-me a expressar-me livremente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ignorar o meu corpo físico, ignorar a minha realidade física e ignorar as pessoas à minha volta de cada vez que me permito navegar (enterrar) na mente, mentindo a mim própria porque não estou físicamente presente um e igual ao meu corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido separar-me da vida que eu (corpo) sou.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que a mente/os medos/as ideias me destroem quando afinal sou eu a responsável pela minha criação e por aquilo que eu permito e aceito, a começar por aquilo que eu permito e aceito na minha mente!

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido parar a conversa da mente que surge quando eu faço alguma coisa - apercebo-me que qualquer coisa para além da minha presença física é uma distração daquilo que eu estou a fazer e, portanto, uma distração de mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que sou obrigada a seguir a conversa da mente como se fosse algo que "mandasse" em mim ou como um cockpit que desse ordens ao meu corpo. Nisto, eu apercebo-me que Eu sou um e igual ao meu corpo - eu sou o meu corpo! - eu dou-me direção!

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no medo de "me perder", "de desperdiçar a minha vida", de "desgastar o meu corpo", de envelhecer", sem me aperceber que é exactamente nesta distração da mente que eu me perco de mim mesma e desperdiço o meu tempo/existência física e desleixo o meu corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido absorver as mentes que eu vejo nos filmes em vez de me permitir estar estável e, no momento em que eu vejo que há um ponto que criou algum tipo de ansiedade em mim, perceber que é um ponto que eu tenho de mudar em mim e viver a decisão de realmente mudar.