DIA 154: O mundo muda quando eu mudo

terça-feira, janeiro 01, 2013 0 Comments A+ a-




Este é o ano de me abraçar a mim própria, de cooperar comigo própria e de parar esta fricção interna  - mais do que nunca vejo que o mundo à minha volta muda quando eu mudo a relação comigo mesma.
Parei e sentei-me a escrever. Às vezes o simples acto de começar a escrever é tão simples, outras parece ser tão complicado e pesado tal como a minha mente. Vou usar o dia de hoje como exemplo e parar a resistência da mente e simplesmente Escrever. Quanto à estrutura (e aqui recomendo ver-se a estrutura deste texto do blog Journey of Heaven), começo por abrir um ponto/a personalidade que tem andado a preOcupar-me e que tenho de ser eu a resolvê-lo, primeiro em mim e depois no meu mundo. Neste momento vi a sabotagem da mente com o pensamento - De que é que eu hei-de escrever? Está aparentemente tudo bem na minha vida. Mas em honestidade própria eu tenho a noção que esta é a ponta do iceberg e que se pudesse passava a maior parte do meu tempo a escrever, a fazer os exercícios de escrita do DIP e a investigar o que se passa em mim e o que se passa no mundo à minha volta.

Ultimamente tenho-me apercebido que a perfeição é ser e fazer as coisas em honestidade própria. Comecei por escrever sobre um evento que aconteceu na minha vida recentemente em que estava de tal maneira obcecada com o resultado final que não me apercebi que, como a palavra indica, o resultado seria fruto do meu empenho e dedicação - dei por mim a apressar a caminhada e acabei por desleixar cada passo, cada etapa daquilo que eu estava a fazer. No final, acabei por apressar e as coisas não correram como eu queria, especialmente porque não estava estável comigo própria e percebi onde eu tinha sido desonesta comigo própria. Nisto, apercebo-me que enganar os outros é relativo, porque o outro pode nem reparar, mas eu sei que me estava a enganar a mim própria porque não criei as condições para a minha estabilidade e para um resultado perfeito.
Em vez de chorar pelo leite derramado, comecei a analisar os pensamentos que ocorriam na minha mente relacionado com o tal evento. Curiosamente, comecei a ver padrões que não eram só de agora - eventos do passado que tinham tido pensamentos semelhantes e com o mesmo ponto de partida de medo. Por isso, não tinha a ver com o outro, ou com o evento em si mesmo, mas com o conjunto de medos e de pensamentos que criam um padrão que até agora tenho justificado como "eu sou sempre assim", "por muito que prepare as coisas há sempre uma coisa que me escapa", "devia ter tomado mais atenção". Por trás desta espécie de arrependimento, vejo o padrão de fazer as coisas parecerem melhor do que elas são -- aquilo que acontece quando se quer vender uma coisa não é?, em vez de ser realista. Ou o padrão de assumir que está tudo bem em vez de realmente garantir que está tudo bem. E ainda o padrão de achar que tudo o que vem de mim não é perfeito.
Para sair deste estado mental, tenho de parar cada pensamento que surge - porque sei que esta telenovela da mente é infinita; por isso eu páro e respiro, e dou direção a estes pontos quando escrevo sobre eles; aplico-me no perdão próprio para me preparar para mudar no futuro; e estabeleço quem eu quero ser e como eu quero agir da próxima vez para não cair na mente outra vez. Este é o meu trabalho de casa, em que eu páro e escrevo em honestidade própria e aberta comigo mesmo, sem vergonha de mim própria, sem me julgar e sem me desvalorizar. Escrevo para mim e por mim, cuido de mim para não deixar que a minha merda afecte os outros. Acima de tudo, vejo que eu não estou de todo dependente da reação ou até mesmo compaixão do outro, porque a desonestidade está em mim e é esta que eu tenho de resolver. Agora ou depois, mas não há volta a dar e o mesmo padrão vai surgir novamente para eu me enfrentar e corrigir, ou cair outra vez porque afinal ainda não me tinha preparado. Criar a estabilidade própria é perguntar-me: perante a minha decisão, sou capaz de estar estável e enfrentar todos aqueles que estão envolvido, sem qualquer arrependimento? Se ainda não estou clara na minha decisão, então terei de trabalhar em mim, perceber a origem da instabilidade, escrever sobre as preocupações, falar em voz alta comigo própria para me ouvir, desabafar com alguém para ter outras perspectivas fora dos limites da minha mente, fazer ajustes à minha decisão, até eu estar 100% clara naquilo que eu estou a fazer.

A partir daqui, não é preciso ter esperança ou estar dependente da reação do outro, porque eu estou 100% estável na minha ação, estou tranquila e firme, e o debate ou discussão não são necessários.
No entanto, a esta altura do campeonato em que estamos a caminhar o processo, há a tendência em ser dura comigo própria, e isto não é necessário. Quando vejo que errei, tomo esta como uma oportunidade para ajustar o meu processo, para mudar a minha atitude e mudar a minha abordagem, aprender a levar as coisas passo a passo, para fazer os possíveis para ser sempre clara comigo própria e ver onde é que eu posso corrigir-me. 

Como me disse a Lindsay Craver, às vezes parece que estamos a 100% mas depois andamos a decisão e vemos que afinal estava só a 30%, por isso é aqui que entra a honestidade-própria pura e dura, para verificar se todos os pontos estão alinhados e tidos em conta - leva tempo a desenvolver e é um processo que tem de ser caminhado em "tempo real".
Nisto, sugiro que se leia o meu artigo sobre "Fazer as coisas pela metade", e apercebo-me que 30% é de facto 0, porque ou é 100% ou é nada, ou respiro ou não respiro, ou é vida ou é morte, ou sou honesta comigo própria ou sou desonesta comigo própria.
Pontos simples de se ver mas extremamente difíceis de serem realmente vividos. É por isso que este processo é de volta ao básico.