DIA 113: Ando a viver para quem? Telenovela da mente

domingo, setembro 30, 2012 0 Comments A+ a-



Onde está a minha direção em honestidade própria?
Quem são os outros que eu vejo para além dos meus próprios pensamentos?
Para quem tenho eu vivido afinal, se para mim não tem sido?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que estou a viver para alguém, como se tivesse a ser observada por um Deus ou pelos outros, quando na realidade cada um está entretido com a sua própria mente e, ao participar nesta separação de mim própria estou a perder a desperdiçar a oportunidade de realmente ESTAR e SER Aqui e de realmente conhecer os outros como eu.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que o entretenimento da mente estilo telenovela é uma distração da minha responsabilidade e capacidade de mudar a minha participação aqui e na minha dedicação a tornar-me o melhor de mim. Apercebo-me que todas as ideias da mente são como uma força que puxa para trás e, ao participar nelas, eu estou a limitar a minha expansão.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar estar limitada pelos julgamentos  e pensamentos que foram criados por mim com base nas minhas experiências e assim limitar-me a estar constantemente a reviver o passado, como se fosse um destino superior a mim própria. Eu apercebo-me que esta sensação de estar fora de mim é um indicador de estar na mente - ao estar ciente disto, eu tomo a decisão de me abraçar, respirar fundo e estar fisicamente aqui - este é o meu ponto de partida para viver quem eu sou, em plena direção própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que estou a viver a vida dos outros, quando na realidade este pensamento é o que me mantém a evitar viver a minha vida. 

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me de acordo com os outros, quando afinal me apercebo que os outros são a projeção de personalidades que eu acreditei serem "os outros" e por isso nunca saí da minha própria mente! Apercebo que as projeção de personalidades são um mecanismo da mente para me manter presa a estas definições, em vez de me permitir ver que tenho sido eu a criar estas definições e portanto posso também parar estas ideias. 


É incrível ver que a minha existência tem sido baseada em imagens do que deve ser/não deve ser, o que posso/não posso fazer, de acordo com as definições que eu alimentei para mim própria em relação aos outros; e os papéis/personalidades que eu defini para cada um de nós, sem realmente viVER a Vida que somos. Ou seja, o mundo à minha volta tem sido um reflexo daquilo que eu permito em mim - que são todos os padrões da mente que eu enfrento e resolvo em mim ao longo do meu processo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que qualquer projeção que eu tenha para o futuro, tem a ver com as minhas aceitações e permissões - Em senso comum eu vejo que sou a única responsável pelos pensamentos que crio em mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me culpada pelas experiências benéficas durante a minha vida, baseada na ideia que não mereço. Apercebo-me que o sentimento de culpa e a ideia que outros queriam ter as minhas experiências é de facto uma auto-sabotagem, porque não me estou a permitir viver/expressar/estar completa na minha experiência e tomar responsabilidade e dedicação em criar aquilo que é benéfico para mim, nem a permitir estar estável a criar-me como o meu próprio exemplo de senso comum e estabilidade.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que qualquer pensamento que eu tenho relativamente a outra pessoa, é vindo de mim e começou em mim! Apercebo-me que a projeção da minha vida nos outros e projectar a vida dos outros na minha vida é um jogo da mente, como se visse a minha vida de fora (tal e qual um filme). Apercebo-me que é impossível estar a ver o filme ao mesmo tempo que se está a fazer o filme e que qualquer separação que eu tenha em relação a mim própria, quer seja a imaginar outra pessoa a faze-lo ou a desejar fazer algo que outra pessoa está a fazer, é um ponto a parar porque eu não existo separada de mim. 

Por isso, quando e assim que eu vejo o padrão de sentir-me culpada por viver para mim, eu páro e respiro. Eu páro em mim esta luta da mente que eu permito ser puxada para trás  - através destes padrões eu procuro ver e parar a percepção que criei de mim própria, para finalmente tomar direção e tomar decisões  em honestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que aquilo que eu faço tem mais a ver com a pessoa X, eu páro e respiro. Neste momento apercebo-me que esta é uma projeção, ao pensar que pessoa X tem a ver com aquilo que eu faço, quando na realidade sou eu que estou a fazê-la e, portanto, sou eu e tem a ver comigo.

Em honestidade própria, eu dedico-me a estar ciente destas projeções da mente sobre os outros e das comparações relativamente aos outros, e assim a permitir-me viver plenamente cada decisão que eu tomo por mim, sem dúvida que estou a fazê-lo por mim. Apercebo-me que através dos outros eu estou a ver pontos em mim que até então eu havia ignorado, e tenho a oportunidade de resolver todas as minhas personalidade, desta vez em desonestidade própria.

Quando e assim que eu me vejo a "observar-me de fora" ou a imaginar que um Deus ou alguém me observa, eu páro e respiro. Nesse momento, eu foco-me nos julgamentos que surjam, páro e começo a perdoar cada um em detalhe e assim a desmistificar a mente e a viver a minha decisão de mudar a maneira como tenho existido comigo e na minha relação com os outros. Eu apercebo-me que estas personalidades não são o melhor para mim nem para os outros porque as relações da mente são baseadas na polaridade superior/inferior que não é quem nós realmente somos, em unidade e igualdade. 

Quando e assim que eu me vejo a acreditar estar limitada pelo meu passado, presa às personalidade que eu defini para mim e às pessoas à minha volta, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a noção de passado é enganadora, porque os padrões manifestam-se em ciclos de tempo até eu parar de participar no padrão e assim mudar o meu presente/futuro.

Logo, eu comprometo-me a parar o stand by mode da minha vida e a recomeçar a cada momento a minha criação a recriar-me em estabilidade própria e auto-aperfeiçoamento. Se eu criei a personalidade, eu dedico-me a desconstruir a personalidade, a parar a reação, a permitir-me ver a origem, a perdoar o medo associado, a parar de culpar o outro e a viver a decisão de começar a existir a cada respiração como criadora da minha expressão de vida. Ao viver para mim em honestidade própria, eu estou a recriar as condições para conhecer so outros/o Mundo também em honestidade própria.


Ilustração Andrew Gable.