DIA 114: Deixar para depois mas o "depois" é nunca

quinta-feira, outubro 04, 2012 0 Comments A+ a-


Dizer a mim própria que - Amanhã é que vou chegar a horas, é o primeiro passo para mentir a mim mesma. Primeiro tenho de decidir o que é que vai mudar em mim para que o resultado da minha ação deixe de ser o atraso.

Este padrão da falta de compromisso comigo própria tem-se ultimamente manifestado em relação ao Agreement Course, como se me deixasse afundar dentro de água porque não me mantenho estável à superfície - este é literalmente o peso da acumulação do tempo a passar e a sensação que não faço tudo aquilo que quero fazer. Apercebo-me que esta é uma consequência e um indicador do padrão da procrastinação, baseado em imagens das duas polaridades: a imagem de mim a deixar para depois; e a imagem de mim a ter completado a minha tarefa - A única coisa real no meio disto tudo é a minha ação ou, neste caso, o facto de fisicamente adiar a ação.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar a ideia/imagem de mim a não fazer aquilo que eu havia prometido a mim própria. Apercebo-me que esta desonestidade própria é o ponto de partida para comprometer a minha ação e acabar por perder a confiança em fazer aquilo que eu sei ser o melhor para mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sabotar o meu processo ao ter aberto a hipótese de adiar os meus exercícios do curso para a noite seguinte, sendo que neste momento eu tenho as condições para o fazer. Vejo que este desleixo é a consequência de ter aceite em mim a hipótese de abrir uma excepção para mim própria, deixando a minha Vida para segundo plano e deliberadamente desvalorizara minha decisão de viver aquilo que é o melhor de mim. Apercebo-me que o meu processo de auto-realização e de direção própria só depende de mim e que qualquer atraso ou instabilidade na minha auto-dedicação no curso é total responsabilidade minha.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tentar compensar o meu desleixo com a ideia que "um dia" vou dedicar "a noite toda" a fazer o exercício completo - realizo que estou a imaginar a outra polaridade do desleixo sem qualquer indicador que eu vou DE FACTO mudar e DE FACTO dedicar o tempo a faze-lo. Ou seja, vejo que não me estou a ajudar a criar a consistência e disciplina na minha dedicação porque continuo a alimentar esta ilusão com base na justificação que "amanhã" irei fazê-lo, em vez de aplicar esta decisão AGORA, ou garantir que organizo o meu tempo de outra maneira para que eu não repita a procrastinação.

Ao escrever sobre este ponto pergunto-me:
De onde é que eu me habituei a ser passiva em relação ao incumprimento de horários e daquilo que era suposto eu fazer?
Associo este padrão imediatamente à falta de pontualidade a ir para a escola. Vejo agora que se tinha criado uma rotina matinal que claramente não resultava para que eu começasse a chegar a horas.
Em relação ao agreement course, esta resistência a mudar a minha gestão do tempo indica que eu me estou a esquecer de mim, porque por experiência própria eu realizo que é através da escrita que eu me apercebo dos padrões da mente e eu recrio quem eu sou em honestidade própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sobrepor as minhas prioridades com outras ações quando em honestidade eu vejo que é a mim que eu me estou a enganar e a evitar cumprir o horário que eu criei para mim própria - tal e qual um jogo da mente em que me desafio a mim própria, em vez de estar um e igual com a decisão que eu tomei sobre fazer o exercício do curso à noite e VIVER a decisão por mim e para mim.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido criar uma solução prática que é a de me sentar e começar a escrever e, com a ajuda da respiração, parar qualquer tendência para abrir o facebook, ou decidir ir comer, quando na realidade sei que tudo isso são maneiras de me distrair de mim própria.

Quando e assim que eu me vejo a colocar a minha escrita em segundo plano, eu páro e respiro. Eu estou ciente que tudo o que eu faço durante a minha vida é com base em quem eu sou, logo, trabalhar em mim, conhecer-me e aperfeiçoar quem eu sou é o primeiro passo para uma mudança constante naquilo que eu faço. Tenho-me apercebido que escrever o perdão-próprio e fazer o curso é dos melhores apoios para ver quem eu me tornei na minha mente consciente e criar a solução para mim própria a cada momento, em auto-correção e ao dedicar-me a mudar para o melhor de mim.

Quando e assim que eu me vejo a "cair" na distração da mente que na maioria das vezes é em abrir o facebook ou a pensar que tenho fome, eu páro e respiro. Eu dedico-me a continuar a escrever sem interrupções da mente, e participo na escrita física, sem me distrair de mim própria, nem das palavras nem do meu corpo dedicado a escrever.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar-me a escrever no dia seguinte, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta projeção para o dia seguinte não é real e que funciona apenas como um conforto da mente ilusório, pois eu não consigo controlar completamente que amanhã terei o mesmo cenário com tempo e condições para escrever sobre este ponto - aliás, eu apercebo-me que se resolver este ponto agora, amanhã será a altura de aplicar a minha auto-correção.
Eu comprometo-me a re-escrever o meu guião a cada respiração. Neste caso, eu dedico-me a parar a procrastinação da escrita e a fisicamente a ligar o computador e a fazer o exercício, e garantir a mim própria que durante essa hora será o tempo dedicado a este exercício. Eu apercebo-me que esta dedicação depende de mim e que qualquer distração é estar a sabotar a confiança em mim própria como VIDA. Curiosamente eu vejo que acabo por dedicar mais atenção aos outros do que a mim própria, o que é um indicador de desigualdade e ilusório - a única maneira de eu ajudar os outros é a tornar-me um exemplo de honestidade própria e Vida para mim própria primeiro.

Quando e assim que eu vejo que estou a adiar o meu exercício do curso para o dia seguinte com base em imagens, eu páro e respiro. Eu estou ciente que estou a enfrentar o padrão da procrastinação e vejo que tenho a oportunidade de naquele momento parar de participar no padrão e de facto começar a escrever, sem rodeios nem preparações, e simplesmente fazer o meu "trabalho de casa" que me comprometi fazer. Apercebo-me que somente a mente-consciente é baseada na energia do  passado e em ideias que alimentam a esperança oca de um futuro imaginário, quando na realidade eu tenho-me aqui a cada momento. Logo eu recrio em mim a vontade própria de mudar os meus hábitos  a cada momento e de viver a decisão de me ajudar a cada momento a aplicar em mim as ferramentas da escrita, do perdão próprio e de fisicamente viver em auto-correção.

Finalmente, quando e assim que eu me vejo a participar no conforto e justificação baseados na ideia que da última vez adiei e que por isso desta vez "não faz mal", eu páro e respiro. Eu apercebo-me que só a mim me estou a enganar porque estou a criar um hábito que não é o melhor para mim, em vez de dar direção a mim própria e andar o meu processo de me tornar Vida e para isso dedicar-me a desconstruir as personalidades que me suprimem. Na maioria das vezes, basta apenas parar os pensamentos da mente, respirar fundo e dedicar-me a escrever sem permitir qualquer resistência para completar a minha ação.