DIA 107: A rejeição não tem a ver com os outros...

quinta-feira, setembro 20, 2012 0 Comments A+ a-


Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me rejeitada quando os outros são diretos comigo, como se uma grande conversa fosse sinónimo de diálogo honesto.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me pelas reações ou atitudes que as outras pessoas têm em relação a mim e assim experienciar a atitude e reação dos outros, em vez de me dar direção e garantir que eu sou estável em mim, de dentro para fora.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que fiz algo de errado para a pessoa X não falar comigo, sem me aperceber que esta sensação de rejeição não tem a ver com a pessoa em questão mas com o meu próprio julgamento como estando errada e me ter tornado dependente da resposta externa para eu estar estável comigo mesma.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido realizar que ao participar nestes pensamentos sou eu quem está a criar separação em relação aos outros, em vez de dar direção física e falar com o outro, sem medo de ser rejeitada porque de facto não há nunca qualquer rejeição a não ser a minha separação e julgamentos em relação a mim própria.

Logo, eu páro, respiro e sou Aqui completa, um e igual com a outra pessoa, ciente que sou eu a única responsável pela minha estabilidade, pelo meu bem-estar e por me tratar bem. Eu apercebo-me que ao acreditar que pessoa X me está a rejeitar é estar a criar uma relação de rejeição comigo própria. Eu apercebo-me que tenho de parar a mente quando começo a justificar a rejeição dos outros porque a mente vai num ciclo de auto-destruição, desvalorização e de inferioridade que não corresponde à Vida que eu me proponho criar em mim e à minha volta - No Mundo!

Quando e assim que eu me vejo a julgar as frases diretas como sendo arrogância ou desprezo, eu páro e respiro. Qualquer experiência que eu tenho em relação às palavras ou até mesmo à entoação da frase é a minha reação. Eu dedico-me a investigar porque é que eu reajo às frases diretas - apercebo-me que me habituei a associar as frases diretas a repreensões ou a quando estou chateada. Na realidade eu apercebo-me que ser-se direta é simplesmente falar-se sem rodeios e dizer-se somente o essencial. Vejo agora que eu própria criei resistência a ser direta por não querer que os outros me julguem com arrogante ou que pensem que eu estou chateada com eles. Ora, estes são julgamentos que eu tenho de resolver em mim! Eu dedico-me a parar estes julgamentos próprios e assim parar de projecta-los na minha relação/comunicação com os outros. Ao ser direta, eu estou a dar direção a mim  própria,  a falar em honestidade própria comigo e com os outros, sem rodeios nem medos nem a alimentar as percepções ou associações da mente.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que não vou falar com pessoa X porque essa pessoa não tomou a iniciativa de falar comigo, eu páro e respiro. Eu aproveito esta ocasião para ver o julgamento que tenho de mim própria e perdoo-me. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar-me como irrelevante porque a outra pessoa não quer estar ou estar comigo, sem me aperceber que esta ideia que o outro não quer estar comigo ou falar comigo fui eu que criei para mim própria e assumi ser a verdade.

Ao trazer o ponto para mim própria, eu apercebo-me que sou eu que não quero estar sozinha porque eu própria não me estou a suportar. Quando e assim que eu me vejo a desejar estar com pessoa X porque não quero estar sozinha, eu páro e respiro. Eu realizo que mesmo com os outros, eu existo em mim, sozinha, embora um e igual com todos. Eu comprometo-me a recriar a relação que tenho comigo própria com base nos princípios da honestidade própria, direção própria, respeito próprio,  divertimento próprio e auto'perfeição. Este é de facto o meu processo de renascimento e, tal como há 25 anos, eu renasço sozinha e ando pelo meu pé, ciente da unidade e igualdade em que existimos.

Ilustração de Andrew Gable