DIA 108: "À minha maneira" não resulta

sábado, setembro 22, 2012 0 Comments A+ a-



Apercebi-me que uma das razões pela qual eu me tenho andando a "enganar" é com base na teimosia que "eu é que sei". É claro que esta é mais uma personalidade/programa da mente consciente. Uma das formas comuns em que esta personalidade surge é quando alguém nos diz qualquer coisa, por exemplo, uma solução para um problema, e acabamos por não aplicar essa solução, por vezes por esquecimento (conveniente) ou simplesmente por pensarmos que não vai fazer a diferença. O que é que falhou? Não nos tornarmos um e igual com a solução - para de pensar que aquela solução "não é minha", faltou abraçar a solução como uma potencial ajuda para mim.

Tive esta experiência hoje.  Enquanto falava com uma amiga, ela explicava-me um exercício que eu podia fazer em relação à minha indecisão relativa à minha carreira profissional. Na minha mente, apesar de estar aberta a ouvir o exercício, a minha conversa era - já sei que vou acabar por não ter tempo para fazer isto. Desta vez "apanhei" este pensamento em flagrante e decidi escrever sobre ele, tal como se apanhasse uma pulga e visse o que me estava a incomodar. Neste caso, o padrão de julgar um método  de trabalho/uma alternativa/uma solução como "não sendo  para mim" (porque não tenho o hábito de o fazer) é a primeira limitação à mudança. Ou seja, estou a limitar a possibilidade de mudar os meus hábitos e recriar-me. Obviamente, a maneira como tenho existido até agora ou trabalhado o ponto da carreira ainda não resultou porque continuo com dúvidas e indecisões. Por isso, não me vou permitir perder esta oportunidade de começar a mudar. Trata-se de um processo e o facto de resistir a aplicar o tal exercício é sinal que estou a ir para além daquilo que eu tenho ido! Por isso, quando e assim que eu me vejo a pensar que não vou fazer as coisas de maneira diferente porque pela minha experiencia acabo sempre por fazer "à minha maneira", eu páro e respiro.

Eu apercebo-me que esta teimosia é uma prisão que eu estou a criar para mim própria mas que não tem de existir porque não sou EU! Pela minha experiência, esta teimosia não resulta porque o que acontece muitas vezes é arrepender-me de não ter ouvido os outros com atenção e não ter mudado a minha maneira de SER para eu própria me tornar no meu próprio exemplo e confiar em mim a cada momento. Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido mudar a chamada "minha maneira" de fazer as coisas e lidar com os meus problemas, quando em honestidade própria me apercebo que a "minha maneira" não resulta pois volto a reviver as mesmas experiências sem realmente encontrar uma solução. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar que as soluções dos outros só funcionam para eles, em vez de estar um e igual com a solução e tornar-me a solução - por exemplo, se os outros conseguem arranjar tempo para escrever e fazer os exercícios, como é que eu não tenho? Ou seja, qual tem sido a minha resistência para escrever? Qual é a minha resistência para mudar os meus hábitos? Porque é que rejeito técnicas de escrita e soluções práticas sugeridas por outra pessoas, sem primeiro testar e ver por mim? Desejar inventar a roda é o ego - aproveito então esta oportunidade para fazer os tais exercícios de escrita que até agora não tinha considerado.

Eu comprometo-me a mudar os meus hábitos de escrita e a aprender com aqueles que eu vejo estarem a trabalhar os seus pontos e claramente a tornarem-se num exemplo de direção própria e senso comum. Eu  comprometo-me a ser um e igual com os conselhos que me são dados e aplica-los por mim e em mim, para eu própria dar resposta aos problemas/dúvidas que eu permiti e aceitei serem "parte de mim".

Quando e assim que eu me vejo definir como "quem nunca acabar por fazer as coisas que eu sei me vão ser benéficas", eu páro e respiro. Em honestidade própria eu vejo que é a mim que eu estou a prejudicar de cada vez que eu adio resolver um ponto em mim. Portanto, ao ver que neste momento tenho a oportunidade e as condições para explorar determinado ponto, eu páro a ideia que "não vou fazer" para realmente me direcionar para viver essa mudança, começando por escrever sobre a resistência e depois a viver a correção. Neste caso, eu determino-me a dedicar tempo esta noite para me sentar e escrever o exercício novo para me ajudar a encontrar soluções práticas.