DIA 141: A alquimia em que destruímos tudo aquilo que tocamos

sexta-feira, novembro 30, 2012 0 Comments A+ a-


Todos desejamos ser alquimistas para transformarmos tudo aquilo em que tocamos em ouro. Mas o que na realidade acontece é a sensação que estragamos tudo aquilo em que tocamos. Todos desejamos viver mas acabamos por caminhar só para a morte...
Este é um sintoma do vírus da mente

Apesar de todos desejarmos fazer "o bem", de "não pecar" e de transformar tudo em "ouro", no final de contas o que temos? Complicações atrás de complicações, mal entendimentos, frustração, promessas que não se cumprem, personalidades duplas e culpa. Não será esta a ideia que nos faz acreditar que "esta juventude está perdida".... Crianças lindas transformadas em adultos mentirosos. Que raio de destino para a humanidade é este, de certo não é humano, mas é fruto de uma doença mental: a aceitação da mente.

Pontos a serem "curados" e perdoados:
A ideia que estragamos ou contaminamos tudo em que tocamos - Apercebo-me que esta ideia da mente não é real, mas só existe porque eu a criei e continuo a participar nela. É uma constante manipulação da mente em que acabamos por fazer exactamente o contrário daquilo que queremos porque este tem sido o nosso ponto de partida - aceitamos a guerra, aceitamos a desonestidade, aceitamos os medos, aceitamos a culpa, ou seja, aceitamos ser a mente e ignorar a Vida.

Fazer o contrário daquilo que queremos - habituámo-nos a acreditar na nossa mente com tal fé que nem conseguimos distinguir aquilo que é honesto e aquilo que é desonesto connosco próprios. Por exemplo, quando na minha mente eu penso que não quero estragar este momento ou que não quero partir esta caneca, estou de facto a aceitar estas opções - estou a dar azo a criar esta realidade contra mim própria, em vez de tomar a decisão de não me permitir participar e criar uma realidade diferente daquela que é o melhor para mim.  (por  exemplo, estar presente e por isso não deixar cair a caneca!)

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar e definir-me de acordo com as experiências em que acabei por fazer o contrário daquilo que seria o melhor para mim e por ter acreditado que esta memória sou eu. Nisto, apercebo-me que ao definir-me com esta personalidade de que estrago tudo o que eu toco, irei participar nesta personalidade sem ver que eu sou a responsável e capaz por parar de seguir este "programa da mente".

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que quando as coisas chegam até mim ficam sempre mais complicadas. Apercebo-me que o que acontece é ter a ideia que as coisas sem mim são mais fáceis de resolver porque não existe ainda o factor de preocupação. Ou seja, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar aquilo que eu faço com o vírus da preocupação e pensar que vai ser mais complicado do que aquilo que eu inicialmente pensava.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar a minha ação física com a ideia que é complicado lidar com a situação. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido contaminar a minha ação física com o peso da mente (peso e bagagem da memória e do passado).

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que as situações novas são demais para mim e que seria mais fácil manter-me num estado de conforto e de controlo da mente, em vez de me dedicar a participar na solução e que isto implica fazer aquilo que não está no meu programa da mente (parar a ideia como as coisas vão ser, parar a mente) para ser organizada, ver as coisas em senso comum, mudar a maneira como faço as coisas)

Em  vez disto, eu comprometo-me a ver a situação em senso comum, a ver o que é que realmente precisa de ser feito e analisado para que a minha participação seja na solução e não a agravar ou a causar o problema.

Eu comprometo-me a decidir e viver a decisão de parar o programa da mente em que penso que "será sempre assim" e que irei sempre estragar as coisas ou os momentos em que eu me envolvo.

Quando e assim que eu me vejo a manipular o momento ou a situação ao pensar que as coisas vão se complicar por minha causa, eu pároe respiro. Eu dou-me a oportunidade de ver onde e como é que eu estou a participar nesta ideia e como é que eu estou a criar as condições e a alimentar os medos do futuro. Eu comprometo-me a parar de participar nos hábitos de pensamento da minha mente e dedico-me a escrever ou a falar destes medos e preocupações, no sentido de ver aquilo que eu estou a criar e a alimentar em mim. Nisto, eu dedico-me a parar de deliberadamente aceitar este "destino" da mente.

Quando e assim que eu me vejo a justificar a situação como sendo "o normal" porque tem acontecido o mesmo com a minha família e outras pessoas, eu páro e respiro. Em vez disto, eu permito-me tomar responsabilidade por mim e pela minha responsabilidade de mudar aquilo que tem sido feito, eu seja, dedico-me a parar a mente/cultura/hábito de como as coisas são, quando em senso comum e honestidade própria eu vejo que "a maneira como as coisas são" não é o melhor para ninguém (Por exemplo, chegar constantemente atrasada aos sítios cria-me uma enorme ansiedade). Eu comprometo-me a ver as coisas em unidade e igualdade com tudo e com todos, e a partir daqui, dou-me direção a parar a mente de interesse próprio/ego para me permitir ser e fazer aquilo que é o melhor para todos.

Quando e assim que eu me vejo a sabotar a minha decisão de mudar por pensar que resistir à mente é difícil e complicado, eu páro e respiro.  Eu permito-me sair do estado mental da complicação e vejo que qualquer resistência da mente é um indicador de um ponto que eu ainda não resolvi em mim. EU dedico-me a investigar este ponto e a perceber de onde é que a instabilidade vem - que ideias é que eu ainda me defino e prendo? Que imagem do futuro eu estou a criar para mim própria? Porque é que eu hei-de partir a caneca? Porque é que eu participo na complicação em vez de me dedicar à solução? Em quem é que eu estou a projectar as minhas próprias limitações?

Eu comprometo-me a parar que a minha mente e a mente dos outros decida por mim e permito-me tomar decisões físicas que realmente ajudem a minha existência física e a existência física dos outros, sem qualquer agenda da mente/medo/morte e dedico-me a VIVER-me/realizar-me/descobrir-me/mudar-me em honestidade própria.

À medida que escrevia estas realizações, apercebi-me que o ponto de partida de julgar as coisas como complicadas ou simples é também uma sabotagem da mente. O mesmo se passa com o desejo de transformar as coisas em ouro - todas estas ideias de como as coisas são ou devem ser, serve como uma distração daquilo que está aqui e que pode/deve ser feito; portanto esta é a decisão de sair desta prisão da mente, destas auto-definições, desta religião do certo e do errado, da vida e da morte. Em vez de desejar a vida "perfeita", dedico-me a recriar a vida que existe em mim - a expressão física da vida que está aqui em tudo e em todos, tal como o ar que respiramos.

Ilustração: Can I Walk Away in My Next Breath – An Artists Journey To Life: Day 179 | by Andrew Gablehttp://bit.ly/VN3il7