DIA 138: Deixar uma coisa meia feita e outra por fazer

quinta-feira, novembro 22, 2012 0 Comments A+ a-



Revisitei este padrão e ainda estou a aprofundar o que é que se passou. Sei que podia ter completado uma tarefa diária ao simplesmente focar-me em tudo aquilo que estava a fazer - no entanto, quando me apercebi que tinha 15 min à espera que a comida ficasse pronta, decidi fazer milhares de coisas - coisas que eu sei perfeitamente não demorariam 15 minutos porque, para além de nunca demorarem 15 minutos, estaria sempre a considerar parar para voltara dar atenção à minha tarefa inicial. Ou seja, ficou uma coisa meia feita e outra por fazer, quando podia ter simplesmente tomado direção e, em vez de ir fazer qualquer coisa completamente diferente daquela que eu estava a fazer inicialmente, porque não olhar à minha volta e ver o que é que eu posso fazer durante este tempo para que, quando a comida sair do forno, esteja tudo pronto?
Parece um exemplo óbvio do dia-a-dia mas a verdade é que há um padrão por trás disto que eu ainda não  esclareci e corrigi em mim: refiro-me a esta necessidade de fazer tudo ao mesmo tempo, sem uma direção específica nem fio condutor. Qual é esta tendência a deixar coisas por fazer? Será que é um reflexo de eu me permitir ficar pela metade de mim, em vez de investigar incondicionalmente e de plena vontade tudo aquilo que se passa em mim?Porque é que eu estou a participar deliberadamente num padrão e na culpa de participar no padrão?  Como já temos visto, é desta energia/fricção vivida no físico que a mente se mantém activa, tal e qual um posto de vigia que consome a vida do corpo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter esperança que o tempo seja elástico e esperar que miraculosamente consiga terminar a minha tarefa sem primeiro ter a certeza que, com base no tempo disponível, saber com o que é que eu podia contar fazer ou não fazer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido dispersar de uma tarefa para a outra, sem me permitir focar-me na tarefa inicial, dar o meu melhor, garantir que está tudo feito (perfeito) para que eu complete esta tarefa em mim em plenitude, sem dar azo a pressas, ou esperanças ou frustrações contra o tempo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido estar um e igual com aquilo que eu estou a fazer, e , portanto, não participar na necessidade de pensar naquilo que eu vou fazer a seguir, como se o tempo estivesse contra mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido estar contra mim própria ao estar contra o tempo, em vez de me permitir estar aqui presente a cada respiração e ser este o meu guião para cada passo. Respiração em respiração, ciente de mim e do mundo à minha volta e daquilo que em sentido comum eu posso/devo fazer.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na emoção e excitação de "tenho tempo livre", sem ver que esta ideia positiva da mente é de facto uma resposta à polaridade negativa de pensar que "nunca tenho tempo livre" - apercebo-me que nenhuma destas polaridades da mente é real porque é uma ideia que eu criei sobre mim e sobre a minha relação com o tempo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria ao querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo e estar portanto deliberadamente a separar-me da minha estabilidade neste espaço/tempo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que "isto é demais para mim"sem ver que eu estou deliberadamente a colocar-me numa posição de inferioridade em relação às coisas que eu estou a fazer. Em senso comum vejo que a solução está em mim e nas minhas permissões e aceitações. Por isso, eu vou estar atenta a este padrão e, quando eu me vir a saltar de uma ação para a outra como se tivesse uma mola (chamada "motivação" da mente) nos pés, eu páro e respiro. Nesse momento, eu permito-me ver aquilo que estou a fazer, estar um e igual com o que eu estou a fazer e dou-me tempo para ver o que ainda é preciso ser feito que a minha ação seja perfeita e concluída.

Eu comprometo-me a praticar a minha direção própria, ao fazer horários claros para mim própria e realista comigo própria.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa em 2 minutos, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta ideia pré-feita de que tudo demora 2 minutos não é real.  Eu apercebo-me que é a mim que eu me estou a enganar e a criar esta frustração que não tem de existir.

Quando e assim que eu me vejo a imaginar fazer uma coisa bem e rápido, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que fazer as coisas bem e rápido na mente é irrelevante. Dedico-me a focar nesta realidade física e a ver o que é que eu posso fazer na prática para me ajudar a ser assertiva comigo própria e restabelecer a minha confiança no tempo que eu demoro a fazer as coisas, sem ilusões nem rigidez (auto-julgamentos).

Quando e assim que eu me vejo a participar na mente de imagens, pensamentos, ideias sobre aquilo que eu vou fazer a segui, em modo automático, baseado em memórias e experiências de situações semelhantes, eu páro e respiro. Eu realizo que tenho a cada momento a oportunidade de me corrigir, de me entregar em honestidade própria, de ultrapassar a resistência a completar ações, de ver o padrão de entretenimento e de "deixar para depois aquilo que pode ser feito aqui e agora". Eu dedico-me a estabelecer um plano de correção com horários realistas, com ações completas nas quais eu me permita estar totalmente ciente de mim, no qual eu me ajude a estar/ser estável (sem emoções positivas ou negativas) em cada ação e finalmente direcionar-me em senso comum e ser eficaz e assertiva comigo própria, passo a passo, respiração em respiração.