DIA 128: Criar um bicho de sete cabeças em vez de resolver a minha mente

sexta-feira, novembro 02, 2012 0 Comments A+ a-


Neste processo de auto-realização, eu dou-me a oportunidade de lidar com a minha própria mente e reconhecer aquilo que eu ando a fazer a mim própria. Isto significa que qualquer julgamento ou culpa projetados nas pessoas à minha volta é um reflexo dos julgamentos que eu tenho permitido criar sobre quem eu sou, escondida por trás de vitimizações. Esta oportunidade é única e só eu posso fazer por mim: fazer as pazes comigo própria, para de me esconder na mente e decidir em honestidade própria como e quem é que eu vou ser nesta VIDA.

Estas realizações não foram imediatas - aliás, demorei alguns minutos até eu  tomar a decisão de parar o automatismo da mente e decidi puxar por mim própria para ver aquilo que eu estava a criar. Apercebi-me então que estava a criar um bicho de sete cabeças como uma distração, em vez de solucionar a minha própria cabeça/mente! Estou ciente que estes pontos vão voltar mas que desta vez não haverá justificações - porque eu fiz o "trabalho de casa" e estou preparada para mudar por mim em tempo real.

Quando e assim que eu me vejo a reagir perante palavras que me dizem, eu páro a reação em mim e respiro. Eu permito-me ver que as palavras são palavras e não ofensas - as ofensas são um indicador que há julgamentos associados a tais palavras e que eu tenho de investigar estes pontos em mim - porque é que eu reajo? Qual é o sentimento que se manifesta? Quais são as memórias associadas a este ponto?

Quando e assim que eu me vejo a apontar o dedo a algo/alguém pelo desconforto que eu sinto, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que o padrão de culpa é um mecanismo de proteção da mente que eu tenho de descobrir para me permitir ver a situação em senso comum.

Quando e assim que eu me vejo a sentir obrigada a responder ao outro, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta luta para ver quem é que tem razão não é real. Esta Vida não é uma luta com os outros - aliás, a luta com os outros só existe porque não estamos a tomar responsabilidade pela estabilidade dentro de cada um de nós.

Eu permito-me parar os pensamentos em rodopio na minha mente e tomo responsabilidade por aquilo que eu digo ao outro, em vez de explodir e pôr cá para fora as dúvidas e assunções que eu ainda não resolvi em mim. Eu comprometo-me a tomar responsabilidade por cada pensamento, dúvida e medo que surgem em mim. A partir desta realização, eu apercebo-me que a minha relação com os outros é uma plataforma de potenciais realizações e de potencial correção para ambos, em mútuo apoio para nos tornarmos melhor SERES humanos.

Quando e assim que eu me vejo a sentir a energia da competição e a iniciar uma discussão verbal, eu páro e respiro. Eu tomo responsabilidade pela minha participação, ciente do meu acordo comigo própria de parar de ser a mente EGOísta e de me dedicar a recriar a relação que tenho comigo própria e, consequentemente, a minha relação com os outros.

Eu apercebo-me que ao estar ciente das minhas desonestidade próprias, eu estou ciente da minha capacidade de mudar e tornar-me honesta comigo própria e, ao ser honesta comigo própria,  estou a ser honesta com os outros seres vivos. Ao ser e fazer aquilo que é melhor para mim, estou a ser e a fazer aquilo que é igualmente melhor para os outros.

Quando e assim que eu me vejo a acumular raiva como se fosse um balão de encher, eu páro e respiro. Eu páro este auto-abuso ao expiro todas estas ideias e sentimentos e permito-me começar de novo. Passo a passo, dou-me a oportunidade de fazer replay nesta cena e agir de modo diferente daquele que eu tenho agido até agora e que sei que nada resolve. Esta raiva que existe em mim é de facto contra mim própria - é a frustração de repetir sempre os mesmo erros e acreditar que será/serei sempre assim: por isso, eu páro o papel de vítima, o papel de vencedora, o papel de  "senhora da razão", o papel de arrependida, o papel de mulher, o papel de homem, o papel de filha, o papel de irmã mais nova, o papel de neta,  e permito-me abraçar a Vida que sou e estar em pé de igualdade com o outro.

Eu comprometo-me a falar com os outros estando em pé de igualdade como quem realmente somos, sem ideias de superioridade nem inferioridade, de vencedores e vencidos.

Eu comprometo-me a exigir de mim o auto-respeito pela vida que sou. Eu comprometo-me a parar de estar contra mim própria e a realizar que eu sou a chave para cada um dos meus problemas/desonestidades próprias.

Eu apercebo-me que "naturalmente" eu vou querer agir de acordo com aquilo que eu tenho sido habituada a ser (personalidades) e que este é o momento da minha vida em que eu me estou realmente a conhecer. Eu apercebo-me também que a resistência a aplicar a respiração e a mudar depende da minha aplicação, força de vontade e compromisso de escrever todos os dias, de investigar o meu passado e de utilizar os materiais de apoio que já existem.

Neste processo não há magia. Eu comprometo-me a ter calma comigo própria, a estar um e igual com o meu processo e a não querer ir mais rápido do que as realizações que eu estou ciente de mim própria. Apercebo-me que o desejo de ser super-confiante é tão imaginário como a imagem que criei de mim de ser super-indecisa. Eu sou a mudança que me permito re-escrever e re-criar para mim própria na prática, em total cooperação e assertiva comigo própria.