DIA 115: Boa aluna, ser ou não ser?

domingo, outubro 07, 2012 0 Comments A+ a-


Ultimamente, tenho percebido o que é estar do outro lado, ou seja, como é a sem(s)ação de não se fazer o trabalho de casa e de não conseguir manter as lições em dia. Esta resistência tem-se manifestado na minha aplicação num curso que eu estou a fazer por opção própria - é curioso que durante o meu percurso escolar obrigatório fui sempre muito aplicada e tirava boas notas e, agora que se trata da minha direção própria, estou a adiar a minha dedicação.
Lembro-me de me questionar como é que se sentiam os meus colegas que estavam sempre a perder o comboio ou a ser puxados pelas orelhas para acompanharem a matéria e não percebia como é que se podia simplesmente não fazer os trabalhos e ser-se passivo em relação a isso. Mas será que eram passivos? Ou sera que era o jogo de papéis, no qual uns representam uma polaridade e os outros a outra? Infelizmente não somos educados para nos colocarmos nos pés do nosso colega e vermos a perspectiva do outro lado da sala...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me como "má aluna" em relação ao curso que eu estou a tirar porque não tenho as lições em dia, sem com isso ver que não ter as lições em dia é apenas a consequência de ter permitido adiar a minha dedicação a mim própria e ao que eu faço. Apercebo-me que ao definir-me como "má aluna" com base nas situações passadas, eu estou a limitar a opção de parar de viver no passado para mudar quem eu sou a quilo que eu faço no presente.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver e realizar que o não fazer o "trabalho de casa" é de facto uma resistência que me mostra a solução para mim própria -- a solução é ultrapassar esta resistência e dedicar-me A MIM, que é exactamente isso que me tem estado a escapar. Eu apercebo-me que são estes exercícios que realmente me têm ajudado a conhecer-me e a realizar tantas coisas em mim própria. Vejo então que esta resistência é o medo de largar o passado (baseado na memória daquilo que eu me tenho habituado a ser/fazer) para avançar para o novo - que sou eu no meu processo de mudança.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que dedicar-me neste curso é o melhor para mim, porque me estou a DEDICAR A MIM. Eu dedico-me a trabalhar no meu Ser e em viver a decisãode me conhecer em honestidade própria e de me tornar a honestidade própria a cada momento.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar avançar no curso para mostrar que sou capaz ou que sou "de valor" em vez de realizar que não há nada para provar a não ser eu própria garantir que faço e que me torno aquilo que é o melhor para mim em honestidade própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me como "má aluna" com base na ideia daquilo que um bom aluno deve ser, em vez de ser honesta comigo própria e ver se de facto me estou a ajudar neste processo e se estou a dar o melhor de mim. Neste caso, eu perdoo-me por não me estar a permitir e aceitar dar o melhor de mim e dedicar o meu tempo livre para trabalhar no meu Ser, para Ser aqui, em vez de ser a mente no ciclo de preocupações e medos.

Quando e assim que eu me vejo a ter resistência para de facto me sentar e começar a fazer os exercícios novos, eu páro e respiro. Eu estou a fazê-lo por mim e para mim, logo, qualquer resistência em dedicar-me a mim é desonesto comigo própria pois é a mim que eu me estou a limitar! Eu tenho-me apercebido que a partir do momento em que eu começo o exercício, eu estou de facto a avançar na minha descoberta das personalidades e a perceber novos padrões que até agora estavam automatizados e que passavam despercebidos. Associo este processo à descoberta fascinante de perceber como as fórmulas mantemáticas fazem sentido depois de se ter visto o processo passo-a-passo, tal e qual uma construção no nosso cérebro que até então era chinês para mim.

Quando e assim que eu me vejo a sentir aquela "falta de vontade" em começar, eu páro e respiro. Esta falta de vontade é só da mente em busca de uma zona de conforto, de um passado de definições e de entretenimento, porque eu Sou o meu corpo activo. Quando e assim que eu vejo a mente a entrar no modo da passividade, eu páro, respiro e permito-me estar ciente do meu corpo - posso até tocar em alguma coisa física (mesa, cadeira) e foco-me na minha decisão de me direcionar para aquilo que eu decidi fazer.

Quando e assim que eu me vejo a distrair-me a meio do exercício com pensamentos de coisas que eu tenho de fazer, eu páro e respiro. Ao parar e respirar, eu dou-me a oportunidade de começar de novo, corrigir-me e finalmente direcionar-me fisicamente para viver a decisão de começar a escrever. Vejo que o pensamento/imagem de mim a completar o curso é irrelevante, pois eu só irei completar os exercícios se fisicamente me mover e dedicar a fazê-lo.

Quando e assim que eu me vejo a justificar não ter pegado no exercício a semana toda com base na ideia que tive muito trabalho no emprego, ou que algo inesperado surgiu, eu páro e respiro. Em honestidade própria eu sei que é da minha responsabilidade recriar os meus horários e a parar hábitos que evidentemente não têm resultado e com os quais eu tenho comprometido  a minha dedicação. Apercebo-me que a justificação é baseada no ego e na vitimização como forma de manter as coisas como elas estão, sem isso significar que são o melhor para mim. Logo, eu dedico-me a recriar a minha estabilidade através da minha aplicação constante no curso, que serve de indicador para eu ver quem eu me permito ser naquilo que eu faço. Eu comprometo-me a ser honesta comigo própria e garantir que organizo o meu tempo de forma realista para viver a minha decisão de fazer o curso por mim e para mim.

A resistência a mudar de hábitos é um hábito que se tira.
Neste caso, estou a recriar o meu hábito da escrita, dos cursos novos, de mudar de planos, de pensar em senso comum e de descolar etiquetas que tampam os olhos.

Ao abrandar a mente através da respiração e ao estar ciente de mim no meu corpo, eu permito-me deixar de estar contra mim própria e a passar a cooperar comigo própria no meu processo de Vida.