DIA 121: Resistência a ser direta

terça-feira, outubro 23, 2012 0 Comments A+ a-



Andar às voltas faz-me tonta - e é assim que crio as minhas próprias confusões. Ontem tive uma enorme resistência em ser direta na minha comunicação e toda esta fricção está agora a ser fisicamente manifestada em forma de forte dores de garganta. Neste momento, falo apenas o essencial porque dói falar demais. Não estou com paciência para andar às voltas porque sei para onde vou e o quero dizer.
A personalidade do "eu não sei" ficou no dia de ontem. Se falar de mais o meu corpo dá logo sinais de cansaço. Aquilo a que chamamos de "gripe" é de facto a nossa própria criação...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar nos auto-julgamentos da mente de ser indecisa ou de não me expressar claramente enquanto converso com os outros, em vez de abrandar o modo automático da mente, e realmente me expressar no momento em honestidade própria com todos.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido falar e mudar o meu tom de voz conforme eu vejo ser a reação do outro, que é uma forma de procurar a apreciação do outro numa luta das mentes, em vez de estar confiante de tudo aquilo que eu digo, confiante da minha honestidade própria e da responsabilidade de falar sempre em honestidade própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na "excitação" de partilhar coisas com os outros e acabar por falar de pontos que eu ainda não explorei por mim/em mim.

Apercebo-me que qualquer julgamento/ideia que eu criei sobre mim tem a ver com a acumulação de imagens/ideias que eu criei e permiti dominar a minha existência. Ao ver o padrão a surgir como característica que eu me tenho definido, como por exemplo "ser indecisa", eu páro a personalidade do "eu não sei", respiro. Eu recomeço a minha recriação a cada momento e apercebo-me que sou capaz de me corrigir ao parar de acreditar nestas ideias que eu dictei para mim própria. Eu apercebo-me que é da minha responsabilidade saber aquilo que é melhor parar mim, logo a personalidade "não sei" é abdicar da minha responsabilidade de me dar direção.

Realizo também que os auto-julgamentos são baseadas em experiências passadas, logo, sei que se permitir que a mente tome conta de mim, irei consequentemente repetir o passado. Ao respirar e parar os julgamentos, eu estou a dar espaço para me recriar no momento em auto-correção.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que "não sei ser direta", eu páro e respiro.

Eu tenho-me apercebido que o "ser direta" com os outro s tem a ver com "ser direta" COMIGO PRÓPRIA, em ser clara comigo e com aquilo que eu estou a dizer. Apercebo-me que a minha comunicação com os outros é um reflexo da comunicação que eu tenho comigo própria. 

Eu comprometo-me a parar a pressa da mente e a ver as coisas de forma realista, sem querer ir mais rápido do que as palavras - ao longo destes sete anos de processo eu ajudo-me a estar ciente de cada palavra que eu penso e digo de modo a viver as palavras e portanto ser as palavras.

Apercebo-me que  tenho medo de dizer certas expressões com base na ideia que não vou concretizar tal ideia. Por isso, quando e assim que eu me vejo a ter o medo de falar sobre certos pontos, eu páro, respiro e, em vez de exteriorizar este conflito interno, eu comprometo-me primeiro a resolver este ponto em mim, para estar completamente ciente daquilo que eu digo e daquilo que eu faço, sem prjectar no mundo as minhas dúvidas e medos. Eu comprometo-me a comunicar em honestidade comigo mesma, sem querer parecer mais ou melhor aos olhos dos outros - que são um espelho de mim. Logo, eu apercebo-me que ao querer enganar os outros eu estou de facto a querer enganar a mim própria, em vez de me dar a oportunidade de estabelecer uma relação de confiança incondicional comigo própria, com aquilo que eu digo e com aquilo que eu faço, e aplicar este "trabalho de casa" na minha realidade, com paciência mas ao mesmo tempo com direção e vontade própria.

Quando e assim que eu me vejo a desejar dizer mais do que aquilo que eu trabalhei em mim (através do perdão-próprio e das realizações pessoais), eu páro e respiro. Eu apercebo-me que esta vontade de espalhar ideias no ar está relacionada com a esperança de ter uma "solução vinda do ar" ou de ver algo que ainda não tinha visto antes, quando na realidade o que acontece é acumular mais ideias sem qualquer estrutura nem direção. Logo, eu comprometo-me a ajudar a mim própria a organizar os meus pensamentos, a escrever regularmente, a ver por mim e a ser responsável por dar direção à minha vida, sem esperanças que as soluções apareçam literalmente do nada!