DIA 8 - As SAUDADES passaram

terça-feira, abril 24, 2012 0 Comments A+ a-


Hoje tive aquele aperto na garganta que não deixa as lágrimas sair. Apercebi-me que as lágrimas seriam uma distração - o padrão das saudades estava mesmo à minha frente para eu enfrentar...

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido estar a alimentar imagens da memória baseadas no desejo de voltar a estar na quinta na África do Sul.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido refugiar-me no conforto das imagens da mente e esquecer-me de mim aqui nesta realidade física.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar tudo à minha volta como insignificante, baseada na vontade de estar noutro lugar. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na ideia que na cidade vai ser impossível trazer a mudança porque é tudo demasiado "grande".
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar-me como incapaz de providenciar a estabilidade e o apoio a mim mesma que é necessário.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na sensação de saudades, de um ponto de partida de estar incompleta aqui, em vez de realizar que este apego é somente uma limitação. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que sou mais eficaz na quinta, o que é de facto uma auto-sabotagem - eu sou responsável por estar estável aqui, em qualquer lugar.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido usar as lágrimas como uma distração de mim própria e a necessidade de ter atenção à minha volta para compensar o sentimento de solidão.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido sentir-me sem poder no momento presente porque tudo parece ser mais fácil na mente. Apercebo-me que as imagens e ideias da mente não são reais.

Comprometo-me a parar as imagens baseadas em memórias do passado - só assim estou realmente Aqui.
Quando e assim que eu me vejo participar na vontade de chorar, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a parar a auto-sabotagem e assim permito-me ver os pontos que têm de ser resolvidos em mim e por mim.
Quando e assim que eu me vejo projectar a tristeza à minha volta, eu páro e respiro. Apercebo-me que eu sou responsável pela minha criação e por isso permito-me estar bem aqui. Apercebo-me que eu sou o processo em todo o lado, logo foco-me aqui, onde quer que esteja.
Comprometo-me a ser curiosa para realmente conhecer-me e não acreditar no conforto do passado da mente.
Quando e assim que eu me vejo participar na emoção do corpo ao pensar no passado, eu páro e respiro. Realizo que estas memórias não são reais e que é uma forma de ignorar o presente. Permito-me parar cada imagem para que me possa dar a estabilidade que vejo nas imagens a mim mesma aqui e agora. Só assim irei ser capaz de estar aqui completa e em honestidade própria.