DIA 4 - Julgamentos da mente

sexta-feira, abril 20, 2012 0 Comments A+ a-


Quem somos nós sem o "anjo" e o "diabo" da mente? Quem somos nós sem os julgamentos da mente que temos sobre nós próprios e dos outros à nossa volta? O julgamento é aquela conversa interior que se passa nas nossas cabeças e que mais ninguém vê. Por isso, cada um é responsável por lidar com as confusões que se passam dentro de si. Trata-se sempre de honestidade própria e auto-ajuda. Os julgamentos próprios, apesar de serem aparentemente invisíveis, estes manifestam-se na nossa ação, frequentemente caracterizada por  auto-punição, arrependimento, falta de confiança e projecção dos nossos julgamentos nas pessoas à sua volta.
Este julgamento próprio é uma total separação porque envolve a ideia que "será sempre assim", "esta é a minha personalidade", etc. em vez de nos permitirmos recriarmo-nos numa versão melhor de nós próprios. Os julgamentos são uma prisão pessoal à qual temos sido habituados a aceitar como normal e muitas vezes apoiados pela religião - a ideia de julgamento final, por exemplo. Em vez de esperarmos até , porque não enfrentar aquilo que nos permitimos tornar/julgar de nós próprios e dos outros, para que nos possamos corrigir enquanto Vivemos?
Os julgamentos, quer sejam positivos ou negativos, são uma decepção.
Quantas vezes acontece queremos fazer o "bem" e acaba por correr tudo "mal"? Primeiro que tudo, de onde vem a noção de "bem" e de mal? - associada a memórias de infância, padrões educacionais e a extensão de controle na televisão, sem realmente perceber o que é o melhor para todos. 
Enquanto nós estivermos ocupados na mente, seremos os perfeitos "escravos" de nós próprios e não conseguiremos ver o mundo para além daquilo que a nossa mente fechada .

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido tornar-me no meu deus e julgar-me a todo o momento, em vez de perceber que tal julgamento não é real e que é de facto uma limitação/controlo da mente/controlo sobre mim própria baseado em medo do futuro, medo de errar e medo da punição.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser dura comigo própria ao julgar-me pela minha acção em vez de me focar na minha auto-correcção e parar a limiatação da minha expressividade.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido dar valor ao quadro-moral e aos padrões culturais à minha volta, em vez de questionar e mudar a minha acção de modo a ser o melhor para mim e para todos.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver  que todos os julgamentos são baseados em polaridade e portanto estão em constante fricção. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido pensar que não sou capaz de parar as "vozes" da consciência, baseada na personalidade que criei de mim própria.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que tenho de seguir os pensamentos da mente, em vez de me focar no que está aqui para eu ver em mim e assim tomar uma direcção que me apoie incondicionalmente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido projectar nos outros à minha volta os julgamentos de certo/errado que criei de mim própria, em vez de tomar responsabilidade pela minha limitação e parar tal participação no mundo. Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido habituar-me às vozes da consciência dentro de mim/no mundo em vez de me dedicar a tornar-me num exemplo de vida incondicional e de auto-aperfeiçoamento.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar nos pensamentos/voz da consciência como se fossem reais, em vez de realizar que estes julgamentos foram criados por mim e portanto eu sou a única a limitar-me.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar como incapaz de me ajudar a mim própria e desejar que um Deus, santo, familiar, amigo, namorado me ajude, em vez de perceber que ao tomar responsabilidade por mim estou de facto a dar o apoio necessário a mim própria para me realizar enquanto Vida.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar as minhas acções como sendo inferiores às acções dos outros e por isso julgar-me menos do que as outras pessoas, em vez de me aperceber que o ponto de partida de inferioridade/superioridade é uma decepção e forma de sabotar a minha acção.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar as minhas acções como erradas, em vez de analisar a minha acção em honestidade própria e auto-corrigir-me nos pontos necessários.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido abdicar da minha capacidade de mudar baseada na ideia/personalidade/julgamentos que criei de mim própria e que teria de seguir, em vez de me perDoAR pela acumulação de ideias para que me dedique a ser a minha solução.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido querer ser mais do que os meus julgamentos e assim participar numa constante luta/competição interior.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar na resistência de mudar, em vez de perceber que isso é sinal que não estou a seguir os padrões/julgamentos que trazem "conforto" à mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar-me como superior baseada em memórias de sucessos profissionais e com base na quantidade de conhecimento estudado.

Apercebo-me que os julgamentos que criei de mim própria e que foram projectados no mundo à minha volta é uma completa ilusão - é de facto uma forma de me auto-limitar e de me manter fechada dentro dos padrões a que me tenho habituado existir.
Quando e assim que eu me vejo participar na conversa interior que julga o que eu faço como certo ou errado, eu páro e respiro. Apercebo-me que estou de facto a  criar um ciclo de momentos de orgulho vs. arrependimento que só criam instabilidade em  mim e no mundo a minha volta.
Quando e assim que eu me vejo participar em julgamentos sobre decisões que eu tomo, eu páro e respiro. Deste modo, permito-me reeducar a confiar em mim própria e nas decisões que tomo como sendo o melhor para mim.
Quando e assim que eu me vejo participar na ideia que não consigo aperfeiçoar a minha acção, eu páro e respiro. Apercebo-me que este julgamento de mim própria é uma resistência a mudar a minha atitude e acção em relação a mim e àquilo que eu faço.
Quando e assim que eu me vejo julgar uma pessoa como inferior, eu páro e respiro. Realizo que eu estou de facto a separar-me de mim própria e a não querer ver o padrão que eu projecto no outro, ou seja, o padrão que eu vejo no outro e que existe em mim. Ao ver no outro um padrão de comportamento, eu ajudo-me a conhecer-me e a auto-corrigir-me.
Quando e assim que eu me vejo participar em comparações em relação aos outros, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a comparação tem origem na necessidade de ser mais, o que me mostra que eu ainda não me permito ser completa em mim mesma.
Quando e assim que eu me julgo superior baseada em memórias, elogios e nos meus sucessos profissionais, eu páro e respiro. Apercebo-me que todas estas definições são distrações e que nada disso é de facto superior, visto que eu e os outros seres humanos somos iguais na nossa existência. Realizo que estes "requerimentos profissionais" são necessidades do sistema e que não definem as pessoas como superiores ou inferiores.
Superior --- baseada na minha carreira/sucessos
Assim que eu me vejo participar nas vozes da "consciência" tanto positivas como negativas, eu páro e respiro. Desta forma, permito-me recriar a minha acção com base no que está aqui e não com base num padrão de julgamento.
Quando e assim que eu me vejo participar no julgamento/ideia que aquilo que eu faço não é bom o suficiente, eu páro e respiro. Assim, dedico-me a estar ciente de mim no momento e a agir de acordo com aquilo que é o melhor para todos, sem estar limitada a ideias pré-definidas mesmo antes de agir.
A partir de agora, a minha acção representa a transcendência dos julgamentos e resistências.