DIA 239: Enfrentar o lado lunar - medo do lado "escuro" da mente e do mundo

quarta-feira, julho 24, 2013 0 Comments A+ a-


Apercebo-me que desenvolvi em mim o medo do escuro e consigo ver como é que esta paranóia se manifesta quando dou azo à imaginação de luzes apagadas. Provavelmente não sou a única a ter desenvolvido este medo visto que este  é ensinado eficazmente através dos filmes, das imagens associadas ao escuro, da música escolhida para acompanhar a cena, da associação da cor preta à morte/luto, dos fantasmas que "surgem" à noite, dos vampiros e toda uma série de pensamentos que criamos na mente quando os olhos estão limitados pela escuridão. Vendo bem, é a mente que está limitada.

A guerra das mentes projetadas no mundo.
Conversei com uma amiga minha que viveu muitos anos nos Estados Unidos e foi interessante ouvir que uma grande parte da cultura americana é baseada no positivismo e na procura de finais felizes e há uma aversão a falar-se das coisas "menos positivas", do "lado escuro da sociedade" que é de facto a actual realidade. Aliás, notícias como aquelas que falam sobre a queda da economia ou a ilusão do crescimento económico são  rotuladas como "deprimentes". Nisto, apercebi-me de duas coisas:
Primeiro, aquilo que se julga por fora é aquilo que se julga por dentro, o que significa que aquilo que nós consideramos como deprimentes é algo que existe em nós mas que não queremos enfrentar;
Segundo, ao trazer este ponto para mim própria, vejo que também eu desenvolvi um mecanismo de proteção que evita enfrentar o escuro da mente. Porquê? Apenas porque me habituei a ser escrava na minha própria mente, acreditei que sou a mente, acreditei em tudo aquilo que eu vi na televisão e nos filmes e, essencialmente, aceitei a mente como sendo o meu destino.
Só agora me começo a aperceber que posso mudar a minha vida ao re-educar-me para ser a solução para mim própria em honestidade própria, em tudo aquilo que eu faço e que eu sou. Começo então por investigar porque é que há certos tópicos que eu tenho ainda aversão em pensar, conversar e escrever sobre isso, e este é um indicador da relevância desse ponto no meu processo e de como me será benéfico abrir esse ponto em mim. Isto mostra também que eu estou a resistir ver-me completa-mente, ver as honestidades e as desonestidades, e por isso ando na corda bamba, a tentar controlar as desonestidades em vez de me curar e tornar-me honesta comigo própria em tudo e sempre.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a resistência para falar de determinados tópicos vistos como "deprimentes" ou vistos como "negativos" é real. Em vez de viver essa resistência, eu posso investigar a razão pela qual eu julgo algo como negativo ou deprimente e como é que o julgamento me impede de ver o senso comum para além da mente. Eu apercebo-me que é também da minha responsabilidade não participar no positivismo da mente, não participar nas conversas de chacha e não alimentar o facilitismo da mente, e que é da minha responsabilidade entender como é que estamos a criar a nossa própria realidade contra nós próprios porque queremos viver numa lalaland que só existe na mente como fuga aos problemas que afectam tudo e todos nesta realidade.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na resistência da escrever sobre as conversas da mente que afectam a minha estabilidade própria e que afectam a minha relação com as outras pessoas.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desprezar os medos e as imagens que a minha mente me mostra com se quisesse fugir de mim, em vez de aproveitar para investigar os padrões por trás dos pensamentos, medos e imagens de modo a limpar-me dos padrões e criar a minha confiança ao parar de criar uma realidade contra mim própria baseada dos medos e imagens da mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido alimentar a mente num automatismo e rotina e distrair-me da minha responsabilidade de questionar a mente, compreender a minha mente e mudar a minha mente para que os meus pensamentos e acções sejam baseados em unidade e igualdade e que tanto os pensamentos e as ações sejam o melhor para mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar diálogos "negativos" ou "positivos" dentro de mim projectados naquilo que eu penso que outras pessoas vão dizer. Apercebo-me que estes diálogos bipolares são um espelho daquilo que eu penso de mim própria e vejo então que eu estou constantemente a reprimir/suprimir/criticar-me/julgar-me e que tal atitudes comigo própria não me ajudam a recriar a minha relação comigo própria de auto-correção, compreensão e amor-próprio. Apercebo-me que eu sou a minha melhor amiga no sentido de só eu me poder ajudar a ser honesta comigo própria e a motivar-me para viver os princípios de vida.

Quando e assim que eu me vejo a pensar num tópico e criar o diálogo na minha mente de "é um tópico demasiado grande para ser tratado", ou "eu não sei como resolver este problema na minha mente", ou "ainda não estou preparada para lidar com este padrão", eu páro e respiro.
Quando e assim que eu me vejo a pensar que irei ter mais oportunidades no futuro para enfrentar este ponto em mim, eu páro e respiro. Eu vejo que ao procrastinar o meu processo, eu estou de facto a criar mais sofrimento em mim própria e estou a adiar a minha honestidade própria que é a minha libertação da mente.

Quando e assim que eu vejo que o meu ponto de partida para adiar falar de um tópico é baseado no backchat de que não estou preparada para lidar com o ponto porque este é enorme, eu páro e respiro. Eu compreendo que o ponto em si tem várias camadas e que eu terei de andar este processo passo a passo, camada a camada, e portanto qualquer ideia de querer resolver um padrão de um dia para o outro é simplesmente um mecanismo de proteção da mente para eu nem sequer começar a ver as camadas e começar o processo de correção em relação a esse ponto.

Quando e assim que eu me vejo a criar diálogos que são a julgar (positivamente ou negativamente) algo que eu tenha feito ou dito, eu páro e respiro. Em vez de me "massacrar" com as memórias da mente, eu  comprometo-me a ver em senso comum o que é que eu disse e, caso haja algo que eu veja que podia ter sido melhor, então eu tomo este exemplo como um passo no meu processo de auto-correção e comprometo-me a aplicar essa correção a partir desse momento. Eu apercebo-me que os mesmos padrões manifestam-se em vários aspectos da minha vida, portanto, ao lidar com esse padrão eu serei capaz de me ajudar e auto-corrigir em vários ambientes e situações do meu dia-a-dia.
No lugar de rejeitar aquilo que a minha mente me diz ou mostra, eu comprometo-me a abraçar a mente como sendo a chave da minha própria libertação porque ao ver o problema/julgamento eu serei capaz de começar a criar a solução dentro de mim. Se a mente me mostra as minhas desonestidades próprias, então eu posso começar a perdoar cada uma das desonestidades próprias. Através do perdão próprio, eu começo a fazer as pazes comigo e abro caminha para recriar o potencial de vida que há em mim.

Quando e assim que eu me vejo fascinada com as imagens coloridas nos media e com as palavras de motivação usadas para vender uma felicidade temporária, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a vulnerabilidade aos media ou aquilo que me é dito (e à maneira como me é dito) é um indicador da influência que eu permito que estes meios de comunicação tenham sobre mim. Eu comprometo-me a permitir-me estar um e igual ao mundo à minha volta e por isso estar estável, permitir-me questionar-me sobre aquilo que eu vejo e oiço e manter a minha integridade nas minhas decisões e que estas sejam baseadas nos princípios da igualdade, da unidade, da respiração, do bem-estar físico, da honestidade própria e daquilo que é o melhor para todos.


Apercebo-me que qualquer decisão baseada em emoções negativas ou emoções positivas será continuar a alimentar a mente de polaridade, de comparações e de imagens, e isto não traz qualquer progresso no meu Processo de me Tornar Honesta Comigo Própria e Viver os Princípios de Vida. Eu apercebo-me também que não estou aqui para copiar as vidas que foram "vividas" pelos outros porque simplesmente isso anula qualquer possibilidade de mudar esta realidade para melhor do que aquilo que actualmente existe. Eu comprometo-me a viver a realização que esta realidade é deprimente, tem problemas e ainda não é um paraíso para todos e estes são os indicadores que comprovam que há muita coisa a mudar, a começar na minha própria mente.