DIA 229: "Não tenho tempo" é dizer-se que "não quero fazer"

terça-feira, julho 09, 2013 0 Comments A+ a-

Há momentos em que eu decido fazer uma coisa e acabo por engonhar noutras acções aparentemente mais fáceis e dou por mim a dizer a mim própria "já não tenho tempo" para aquilo que eu havia decidido fazer inicialmente. Uma coisa interessante nestas ocasiões é perceber o que está por trás desta decisão deliberada de não se viver a nossa própria decisão. No meu caso, em honestidade própria tem sido mais comum aperceber-me destas situações em que eu deliberadamente me disTRAIO com entretenimento e, nesse momento, vejo à minha frente a escolha de: ou permito o desejo pelo entretenimento fácil ou me dedico a escrever no meu processo de auto-criação. Isto não quer dizer que esta escolha seja verdadeira, ou seja, dar-me a escolher perante estas hipóteses é mais uma sabotagem da mente baseada em sentimentos de culpa ou de motivações mentais. Em vez disso, porque não começar por mudar a minha relação com as minhas decisões e por exemplo acabar com estas escolhas bipolares? Faria mais sentido aperfeiçoar a minha organização do tempo e permitir-me realizar ambas as ações no meu dia, sem motivações nem desejos, mas simplesmente porque a escrita é uma ferramenta de auto-ajuda e as séries/jogos ajudam-me a relaxar e a desenvolver capacidade de resolução de problemas. Vejo então que ainda permito que seja a mente de punição e inflexibilidade que está a ter controlo quando na realidade esta é mais uma amostra da manipulação da mente quando o ser humano não está preparado para lidar com a mente humana. Neste caso, e como o título deste blog reitera, por trás da desculpa do "não ter tempo" está muitas vezes a falta de dedicação para criar esse tempo ao ser-se disciplinado, organizado e colocar-se a vontade-própria em primeiro lugar. Para isso, há que haver uma realização pessoal em que individualmente cada um se questiona "porque é que eu deixei a minha escrita diária para último lugar quando afinal o meu processo de Vida é a minha prioridade". 

Hoje, o mesmo padrão está à espreita visto que deixei a minha escrita diária para muito tarde, o que implica uma limitação pessoal porque é o fim do dia e já estou cansada. Comprometo-me então a andar este ponto em honestidade própria até já não haver este tipo de desculpas - apercebo-me que é a mim que eu me prejudico porque a escrita diária  é o melhor para mim e que é através da escrita que eu expando a minha relação comigo própria, lido com a minha mente e me ajudo a criar soluções para mim própria.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  deixar a minha escrita do blog para o fim da noite quando, por experiência própria, eu vejo que não sou tão eficaz, tenho sono, estou fisicamente cansada e que hesito no progresso de escrita e na minha expansão pessoal.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido  usar comigo própria  a justificação de "não tenho tempo" para escrever, eu páro e respiro. Nesse momento, eu comprometo-me viver a decisão de gerir o meu tempo de modo garantir que  não crio o meu próprio stress, decepção própria ou conflito.

Quando e assim que eu me vejo claramente a distrair-me com noticias, séries, ou jogos, ou sites, eu páro e respiro. Nesse momento em que eu tenho a noção que estou perante a decisão de fazer aquilo que a mente julga como sendo fácil/passivo e entre aquilo que é mais complexo/activo - comprometo-me então a respirar, ver com atenção esse momento e decidir em honestidade própria o que fazer. Em senso-comum, eu dedico-me a colocar a minha expansão pessoal como a minha prioridade, alcançável no meu processo de escrita e de auto-correção prática.

Dedico-me então a puxar por mim para tomar uma decisão com base na minha estabilidade e senso comum. Apercebo-me então que a necessidade de escolha entre escrever ou não só existe quando há um conflito de tempo, visto que quero fazer mais do que uma actividade ao mesmo tempo. Nesse caso, eu comprometo-me a dar-me tempo para a minha escrita e criar também disponibilidade para ver e fazer outras coisas, tais como surfar na web ou ver séries.

Quando e assim que eu me vejo a ter resistência a criar uma rotina de escrita para mim própria, eu páro a resistência e respiro. Eu apercebo-me que esta é uma resistência da minha mente à minha própria mudança. É então visível que a desculpa do "não ter tempo" é de facto uma manifestação de falta de vontade-própria  e é este também um padrão que eu tenho de lidar em mim. Eu ajudo-me a realizar que o meu processo de Vida é aqui e agora e que quem eu me permito ser depende totalmente de mim, da minha relação comigo própria, da minha mudança pessoal e da minha mudança na minha relação com os outros/o mundo à minha volta.


Quando e assim que eu me vejo a ir automaticamente visitar sites de entretimento, eu páro e respiro. Por experiência própria, aquilo que eu pensava ser só 5 minutos  acabou por ser mais tempo e esta distração comprometer todas as outras tarefas que ficam por fazer. Por isso, comprometo-me a escrever em auto-direção quando estou bem desperta, acordada e activa. Dedico-me então a não permitir nem aceitar usar desculpas para não viver e fazer aquilo que é o melhor para mim.