DIA 209: A Religião do Ser: copiar e obedecer

segunda-feira, maio 20, 2013 0 Comments A+ a-


Apercebo-me que esta religião é baseada naquilo que me foi dito e que eu acreditei ser a minha verdade.
A Religião do ser é também aquilo que eu permiti definir-me por ter levado a peito qualquer comentário vindo do outro. Curiosamente, a outra pessoa provavelmente nem se apercebia do impacto que eu estava a permitir que essas palavras tivessem em mim, mas foi também a minha decisão tomá-lo como pessoal.
Quem é que nos ensina esta religião? Será que os pais e os educadores fazem ideia de como é que a mente funciona e como é que nós, desde que nascemos absorvemos a informação à nossa volta?
Se no princípio obedecemos e copiamos a mente dos adultos, quando chegamos à idade adulta passamos a obedecer as nossas próprias mentes.

Esta religião é fascinante: baseia-se naquilo que eu penso de mim e como eu acredito ser, ao mesmo tempo que eu própria me limito com base nesses  julgamentos e pensamentos. Mas como "fui sempre assim", nem sequer vejo que me estou a limitar na minha própria mente.
Vi um vídeo no Youtube recentemente em que uma bébé copiava as expressões dos pais e é brutal ver como ela observava/ouvia os pais e fazia igual, enquanto que assimilava as relações que os pais tinham com a realidade e como julgavam certa coisa como sendo nojenta, e outra como sendo divertida. É assustador e revelador perceber que este processo de desenvolvimento aconteceu com a maioria de nós e que pouco provavelmente nos lembramos ou entendemos de onde vem o nosso julgamento em relação a determinadas coisas, pessoas e palavras.

Tenho-me apercebido então como esta Religião é um abuso-próprio: o facto de não me questionar sobre os pensamentos e os medos que eu permito e aceito passarem-me pela cabeça é sinal de que aceitei tal limitação e sinal de como defeni as palavras de acordo com estas permissões e aceitações. Vejo também como esta religião se manifesta no meu apega a certas coisas, a  sensações, a desejos, a sonhos, a memórias, a julgamentos, a auto-definições. Até mesmo as imagens da mente (a imaginação) não tem qualquer culpa da maneira como eu interpreto essas imagens - tanto aquilo que a mente me mostra como os julgamentos que eu absorvo vindo das outras pessoas são auto-projeções da minha religião. 
Amanhã partilho o perdão-próprio sobre estes pontos para começar a largar estes sistemas da mente.