DIA 202: Imaginar o Pior Cenário VS Imaginar o Melhor Cenário (e o "dedo" do Deus nesta história)

quinta-feira, maio 02, 2013 0 Comments A+ a-

Há alguns anos que eu me apercebo desta tendência em mim de criar o pior cenário possível e permitir-me "viver" esse cenário com medo do futuro. Ao mesmo tempo, recordo-me de tentar ao máximo imaginar cenários na minha mente que eu associava com paz e "está tudo bem", tal como fazia à noite ao fechar os olhos e esforçar-me por ver ursos num cenário cor-de-rosa de flores, e pensar que assim evitava ter pesadelos.
Hoje em dia, este padrão é manifestado na projeção de cenários de um futuro que eu temo ser contra mim própria no meu emprego. Dou por mim a imaginar cenários em que me esqueço de uma reunião importante, ou que falho, ou que está toda a equipa à minha espera... Por outro lado, dou também por mim a acumular excitação quando penso que o projecto está quase a acabar, ou a imaginar que é tudo terminado com sucesso e há a imagem do reconhecimento dos outros. Ainda estou no processo de me permitir estar ciente de quando estes eventos mentais ocorrem... Aquilo que me tem escapado tem sido perguntar-me: - quem é que, para além de mim, me tem permitido imaginar/participar nos cenários da minha mente? Ao escrever "minha mente" acabo de dar a resposta à minha pergunta. Sou eu a única responsável por me permitir cair no "buraco negro da mente" e seguir a mente como se fosse um Master...
Provavelmente, a minha crença em Deus durante os primeiros 21 anos da minha vida foi também um factor para me questionar ainda menos e acabar por varrer este padrão para debaixo do tapete com a suposta ideia/esperança que era a vontade de Deus e que portanto era aceitável. No entanto, mais uma vez eu sou a única responsável por ter aceite e permitido a minha crença em Deus e por "descartar" a minha responsabilidade de não seguir a mente.

Apercebo-me que as duas versões dos cenários são desfasadas da realidade: uma representa a polaridade negativa e a outra a polaridade positiva. Ambas são baseadas em energia da mente que tem impacto na minha estabilidade física de cada vez que eu me permito aceitar e alimentar os cenários da mente em mim.
  • Porque é que há a necessidade de criar cenários para o futuro quando estes cenários são contra a minha estabilidade?
Nisto, apercebo-me do ponto da falta de confiança em fazer aquilo que é o melhor para mim considerando todos os pontos da minha realidade e acabo por acreditar que a mente (tal e qual um Deus) vai saber decidir por mim. Ao escrever sobre este padrão começo a encontrar novas perguntas e novas camadas que me podem ajudar a descobrir o padrão, a percebê-lo e a estar ciente da minha correção prática.  Curiosamente, os cenários da mente não são planos que consideram a realidade das coisas - pelo contrário, estas imagens surgem mentalmente como um filme improvisado sem guião. Portanto, uma coisa que eu posso tentar fazer da próxima vez que comece a criar um cenário de futuro na minha mente, é escrever sobre aquilo que a minha mente está a projectar e verificar com base na realidade das coisas se o cenário tem fundamento - em vez de participar no medo reactivo e primitivo da mente, eu ajudo-me a estabelecer soluções práticas para ir eliminando os factores de risco e ver como posso prevenir que uma situação adversa ocorra.

Enquanto que antes eu iria provavelmente rezar/agradecer a um Deus por ter ajudado a que tudo corresse bem, hoje em dia estou ciente que não houve uma magia separada de mim a ditar a minha vida, nem houve um dedo invisível divino - estou ciente que fui eu quem me permitiu dar direção a mim própria, me permiti abrandar o programa de medo da mente, e me permiti ver/APLICAR/viver as soluções para mim própria considerando as várias etapas e elementos envolvidos no projecto por exemplo.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar nos cenário auto-derrotadores da minha mente e acreditar que projecto x está destinado a falhar sem primeiro garantir que estou ciente do projecto, que estou à vontade e que faço o meu "trabalho de casa" de me limpar dos medos pré-concebidos na minha mente.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido simplesmente adoptar os medos da mente como sendo inquestionáveis, em vez de dizer ESPERA LÁ! Porque é que eu aceito o medo de falhar sem primeiro garantir que eu estou a planear o trabalho passo-a-passo, que estou a considerar os cenários possíveis e a colmatar/prevenir ao máximo os factores de risco que estão ao meu alcance evitar, por exemplo através de uma comunicação clara com os meus colegas, e ao pedir ajuda para coisas que eu possa ainda não saber resolver, ou ao ter em consideração falhas que possam ter ocorrido no passado e que eu tenho a oportunidade de corrigir.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido "perder tempo" e dar atenção às imagens/cenários da mente positivas (desejos) e negativas (medos). Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que depende sempre de mim criar a minha estabilidade própria. Por isso, comprometo-me a parar a espiral da imaginação da mente e dedico-me a investir o meu tempo e a minha atenção na prevenção, na preparação da minha ação para garantir que me estou a dar uma direção que seja o melhor para mim.

No emprego, eu realizo que o resultado final está dependente do meu empenho no processo de preparação e da minha concentração a planear e a executar a minha ação, que por sua vez estão dependestes da minha estabilidade própria e da minha respiração para evitar reações.

Eu realizo que o meu processo de criação tem impacto nos vários elementos da minha vida, nomeadamente na minha relação com os outros e no meu desenvolvimento pessoal/profissional no meu emprego.
Apercebo-me que o processo de auto-criação é um processo de aprendizagem prática em honestidade própria.
Apercebo-me que os medos da mente são baseados na ideia de separação em relação aos outros e na separação de mim própria, quando afinal sou/somos /estamos todos aqui em unidade e igualdade, cada um responsável por si epelo todo.
Em vez de aceitar os medos/padrões da mente como sendo "a regra", ou no lugar de culpar algo ou alguém pela minha experiência, em foco-me em perceber como é que eu estou a participar na minha realidade e comprometo-me garantir que sou responsável pelo auto-aperfeiçoamento das minha ações em considerar todos os pontos envolvidos e aquilo que é o melhor para todos.

Quando e assim que eu me vejo a participar no medo que o resultado seja contrário à minha dedicação, eu páro e respiro. Em honestidade própria, eu verifico onde é que eu estou a hesitar, ou se há medos que me impedem de dedicar a 100%, ou se há algum ponto que eu ainda não resolvi em mim e que esta é uma oportunidade para lidar/transcender esse ponto. Ao mesmo tempo, eu comprometo-me a parar o padrão de ser dura comigo própria , considerando que há alguns elementos que estão fora do meu controle.

Para concluir, posso utilizar os cenários/tendências da mente para estar ciente dos padrões que existem em mim e que eu sou responsável por mudar estes padrões em mim que são fonte de instabilidade e distração mental. Realizo então que a própria ideia de falhanço é uma sabotagem da mente e, em vez de pensar no medo de falhar como uma ameaça ou castigo, tenho a oportunidade/responsabilidade de verificar os passos que têm de ser tomados/corrigidos de modo a recriar uma realidade que seja benéfica para mim/todos em unidade e igualdade.