DIA 220: As relações que criamos com o mundo à nossa volta

quarta-feira, junho 12, 2013 0 Comments A+ a-

No fundo, em honestidade própria, cada um de nós sabe aquilo que fez e aquilo que não fez para que algo corresse de determinada maneira. Embora eu até há alguns anos atribuísse grande parte das minhas experiências à invisível mão e vontade de Deus, mesmo nessa altura eu conseguia ver o que é que eu andava a criar na minha mente secreta, como se escrevesse um guião de possibilidades e, quando estas se realizavam, eu fazia duas coisas: ou culpava-me (caso o evento fosse negativo), ou glorificava Deus pela ajuda (caso fosse um evento positivo). Agora pergunto-me: o que é que esta relação de polaridade me diz sobre aquilo que eu tenho aceite e permitido em mim própria? Porque é que eu não confio naquilo que eu decido fazer e naquilo que eu não decido fazer? Apercebo-me que a culpa contra os outros surge quando não confio plenamente em mim, e ao não confiar em mim estou a desrespeitar-me como Vida que sou. Ao mesmo tempo, vejo que a procura de justificações é uma continuação da projeção da culpa, quando afinal tem tudo a ver com a relação que eu estabeleço primeiramente comigo e depois com as coisas à minha volta.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido distrair-me com as emoções que eu própria criei ao aceitar e permitir determinadas relações em mim, tais como a relação de submissão, de sacrifício e de culpa e de vítima.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que as emoções são os laços que me prendem ao passado e que com isso eu não me permito ver a minha realidade em honestidade própria e perceber aquilo que eu estou a criar dentro de mim própria.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido parar a mente, abrandar e dar-me tempo para me conhecer, para perceber como é que a minha mente funciona, perceber as relações que eu criei comigo própria e depois com os outros.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido criar uma relação de sabotagem comigo própria, em que nos meus pensamentos saboto as minhas própria ações e acabo por criar uma realidade contra a minha própria estabilidade, visto que na minha mente criei já a imagem de instabilidade/desigualdade e aceitei como esta sendo real.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido confiar em mim própria incondicionalmente e por isso garantir que tudo aquilo que eu faço é em cooperação comigo própria, sem medos, nem imagens do futuro, nem esperanças, nem (des)ilusões - eu sou o caminho que ando para/por mim própria a cada passo, eu sou o corpo que vive a cada respiração, eu sou a vida que eu crio a cada momento.

Apercebo-me que ao "alimentar-me" dos pensamentos eu estou a distrair-me de mim própria e daquilo que existe à minha volta, ou seja, distraio-me daquilo que é o meu potencial de recriar quem eu sou e recriar a minha realidade. Quando e assim que eu me vejo a definir-me pelas relações que eu criei comigo própria e, consequentemente com os outros, eu páro e respiro. Ao abrandar a mente, eu permito-me ir ao fundo das relações, perceber a origem da relação, ver o padrão, escrever o perdão-próprio e auto-ajudar-me a puxar por mim para mudar a relação comigo própria/com os outros.
Quando e assim que eu me vejo a pensar nas memórias associadas a uma relação passada, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a não deixar distrair-me com imagens nem com emoções e comprometo-me a ser "fria" com a mente e a ser directa comigo própria - o meu objectivo neste processo é limpar a minha mente e recriar-me como Vida na minha expressão máxima que é o melhor para mim e o melhor para os outros.
Quando e assim que eu me vejo a reagir nas minhas relações com o mundo à minha volta, eu páro e respiro. Sendo que as relações com o mundo à minha volta são um espelho das relações que eu tenho comigo própria, eu permito-me questionar-me em honestidade-própria porque é que eu estou a reagir e permito-me ser franca para ver o padrão da relação (do ego) que eu permiti criar dentro de mim.
Quando e assim que eu me vejo a entrar na bola de neve dos julgamentos-próprios sobre aquilo que eu devia ou não devia ter feito, eu páro e respiro. Por experiência própria eu realizo que as memórias são também uma manipulação que eu permiti em mim própria e que espelha a relação que eu permiti existir em mim/na minha vida. Por isso, em vez de "acreditar" na manipulação da mente, eu páro, respiro, permito-me estar ciente da minha presença aqui e dedico-me a aplicar as técnicas de escrever o perdão-próprio sobre os julgamentos da mente e com isso abrir a minha mente "secreta" para me libertar e corrigir os laços/prisões que só eu criei para mim própria!
Eu apercebo-me que, por ter matutado sobre estas relações e manipulações, eu acabei por acreditar que aquilo que se passa na minha mente sou eu. Realizo que aquilo que se passa na minha mente não é o melhor para mim e portanto é da minha responsabilidade dar-me direção a cada momento para garantir que o o meu Desteni é criado por mim com base no senso comum, igualdade e honestidade própria inerentes à Vida que realmente sou e tudo é.