DIA 218: A mente secreta que se abre aos poucos: caixa de Pandora

domingo, junho 09, 2013 0 Comments A+ a-

É brutal conseguir finalmente ver certos eventos da minha vida com mais clareza. Muitos dos eventos eram de tal modo emocionais e sentimentais que nem sequer conseguia escrever sobre eles, como se houvesse um bloqueio de medo de abrir a "caixa da Pandora" que é o baú da mente. Ao trabalhar em mim os pontos da ansiedade e das emoções, é como se estivesse a tirar camadas de pó que me permitem ver o que está a surgir à superfície, mas desta vez com outros olhos. Tenho igualmente de treinar os meus olhos/mente para não ver as coisas com as lentes "sujas" das emoções, mas de  modo a conseguir ver realmente os padrões em mim e ver soluções.

2006 - Pandora Box for Rajasinga (Tremor)
Recentemente prometi a mim própria que a partir de agora, em cada artigo, irei incluir frases de perdão-próprio. Isto porque me apercebi como é fácil manipular um texto, mas que contrariamente não se consegue manipular o perdão-próprio. E claro que isto é para o meu/nosso próprio bem porque, mais do que manipular os "outros", eu estaria a enganar-me a mim própria.
Por isso hoje vou escrever o perdão-próprio sobre a minha participação na ansiedade, principalmente em momentos em que estou a fazer uma actividade nova e por isso não tenho uma referência para me "agarrar".

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a ansiedade de fazer uma coisa pela primeira vez ou ir a um lugar novo é real, como se a minha experiência fosse maior quanto mais emoção eu associar a esse momento. Nisto eu vejo como facilmente me deixo controlar pelo ambiente à minha volta, como se devesse submeter à "falta de experiência" em vez de aplicar a cada momento o princípio de fazer aquilo que é o melhor para mim, aplicar-me a 100% e focar-me naquilo que eu faço independentemente de ser a primeira ou a última vez a fazê-lo.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido confiar em mim e confiar naquilo que eu faço incondicionalmente. Ou seja, quando e assim que eu me vejo a justificar a ansiedade em mim com a ideia de "eu nunca estive neste sítio", "eu nunca fiz isto", eu páro e respiro. Independentemente do lugar ou tempo, eu sou sempre eu Aqui; eu posso ser a decisão de confiar em mim; eu posso e devo aplicar-me naquilo que eu faço para garantir que as minhas ações reflectem a estabilidade que eu crio em mim própria. Por isso, eu comprometo-me a parar a ansiedade da mente e as imagens da minha mente, e decido focar-me na ação real e naquilo que eu posso fazer para criar um ambiente que me apoie a ser/fazer o melhor que me é possível.

Quando e assim que eu me vejo a "prender-me" e "agarrar-me" a memórias ou a imagens na minha mente baseadas em eventos que ocorreram a outras pessoas, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que este agarrar às memórias é baseado em medo de cair, como se as memórias fossem uma bóia  à volta da minha barriga que me salva de afogar. No entanto, vejo que este medo é baseado na ideia de que a mesma situação se vai repetir então eu acredito que tenho de me defender - ou seja, esta aparente solução não resolve o problema de facto, mas prolonga as ideias e os medos como se estes fossem reais!
Por isso, eu comprometo-me a escrever sobre as memórias que me possam surgir e comprometo-me a perceber, através do perdão-próprio e da escrita dedicada ao meu processo, de onde é que a memória surge e porquê neste momento. Comprometo-me a escrever o perdão-próprio regularmente e diariamente de modo a criar uma relação de plena confiança, abertura comigo própria e com o intuito de estar preparada para mudar da próxima vez que eu me depare com o mesmo padrão.
Eu apercebo-me que ter segredos comigo própria é uma estupidez ... Comprometo-me também a olhar para os pontos da minha vida sem qualquer julgamento de certo e errado, mas procura antes ver os pontos de honestidade e de desonestidade própria na relação comigo própria.
Comprometo-me também a aceitar os eventos do passado da minha vida como sendo aquilo que são: imagens da mente que por alguma razão eu dei uma valor/apego emocional que me prendeu a tal memória. Ao desvendar o mistério de medo/emoção por trás das memórias, eu comprometo-me a investigar os meus padrões e a recriar uma relação de cooperação e aperfeiçoamento comigo própria.

Quando e assim que eu me vejo a ter resistência para estar concentrada, a respirar e a estar presente estável dentro de mim, eu páro e respiro - dou-me tempo para perceber o que me está a distrair e para onde é que eu estou a desejar ir, em vez de viver a minha decisão de fazer aquilo que eu estou a fazer. Neste sentido, realizo a importância e a ajuda que é a de planear o meu tempo de forma a dedicar-me às prioridades, assim como dar-me tempo para expandir noutras áreas de lazer/divertimento/criatividade sem participar na sabotagem da culpa, e a não desejar estar a fazer aquilo que eu não estou a fazer.

Mais uma vez, a mente serve de indicador sobre aquilo que está à tona para ser resolvido. Quanto mais me aplicar ao meu processo de auto-conhecimento e de auto-realização, mais eficaz serei a aplicar as soluções para mim própria.