DIA 200: A auto-derrota mental

sexta-feira, abril 26, 2013 0 Comments A+ a-


Foi "preciso" passar pelo desespero/stress de bater no fundo para decidir parar este padrão. Lembro-me de ouvir um Professor da faculdade dizer que às vezes era preciso bater com a cabeça na parede para aprender e ver a parede que está mesmo à nossa frente - neste caso não se trata de uma parede física mas de uma barreira mental que me bloqueia a visão. Ontem dei por mim a ver o diálogo da minha mente sobre "Isto é demais para mim", "não consigo" e a tentar encontrar justificações na mente para defender esta reação interna - a verdade é que, mesmo que eu culpe algo ou alguém, a raiva continua em mim e é a mim que estou a prejudicar (e consequentemente os outros/o mundo à minha volta claro). No seguimento desse diálogo auto-derrotador, eu perguntei-me: - mas porque é que quando eu falo com os outros quero dar a entender que está tudo bem e que é tudo mais simples, mas depois na minha mente penso que é tudo em demasia e muito complicado (referia-me aqui à minha carga de trabalho semanal). E nesse momento vi que eu não precisava de alimentar este diálogo dentro de mim, nem de me "mandar abaixo" ou pisar-me, e é este o efeito que estes pensamentos têm em mim - repisar nas decisões, repisar naquilo que me é dito, repisar sobre aquilo que eu fiz ou não fiz, e continuar a bater na mesma tecla em auto-destruição. E isso é demais; torna-se tudo mil vezes mais complicado e parece que o mundo está contra mim  (claro que para aqueles cientes do Processo percebe-se imediatamente que este "mundo" é o espelho de mim própria.)
Por isso, naquele momento decidi deliberadamente parar os pensamentos e ver o que é que acontecia ao pará-los - experienciei então  leveza, como se tivesse pousado uma mala e continuásse a andar -  e continuei a andar, porque de facto não preciso destes pensamentos da mente e sou capaz de ver as coisas sem (me) complicar.

Não me lembro da altura em que os pensamentos de derrota se instalaram em mim mas apercebo-me que é um programa automático para o qual eu tenho tendência de ir. Por isso depende de mim parar esta tendência e dar-me direção a cada momento para não cair na derrota mental.
Esta é também aquele tipo de derrota que surge antes mesmo de começar alguma coisa - pensar que é demais sem sequer tentar uma solução.
No próximo artigo irei partilhar o meu perdão-próprio e plano de como corrigir este padrão em mim.

Ilustração: 'Characters Creating Anger' by Andrew Gable