DIA 199: Desacelerar a mente em Portugal para evitar o "programa automático da mente"

quarta-feira, abril 17, 2013 0 Comments A+ a-


Aproveito a semana em Portugal para enfrentar em real-time os vários pontos associados a locais, pessoas, memórias e padrões que ainda se manifestam em mim. Uma coisa que noto diferente em mim é a estabilidade e rapidez ao aplicar as ferramentas do perdão-próprio e da respiração quando me deparo com os pontos. No entanto, ainda há desleixo na minha disciplina e exemplo disso foi ter ficado alguns dias sem publicar no meu blog (apesar de ter sempre um bloco de notas comigo). 
Apercebo-me que a única maneira de me aperceber dos padrões e ver as coisas como elas são (sem a interferência de memórias ou hábitos do passado ou ideias de "é sempre assim") é a desacelerar a mente para evitar ir para o "programa automático da mente", que funciona à base de imagens e projecções de um futuro imaginado. Logo na primeira noite em que cheguei, fui a um evento e apercebi-me de como as pessoas aqui parecem olhar fixamente, algo que em Londres me parece menos comum. Por outro lado, vejo que este inicio de preocupação ao ver alguém a olhar para mim é de facto uma projeção minha, sobre qualquer coisa que eu possa pensar que o outro pense! Isto é o cúmulo da distração. Ao trazer o ponto para mim própria, apercebi-me daquilo que a minha mente se andava a entreter e foi mais fácil parar os pensamentos, respirar e estar presente, focada naquilo que eu estava a fazer.
Outro ponto que me apercebi à chegada foi a minha falta de paciência, ponto que ainda estou a trabalhar em mim. É como se quisesse impor nos outros a minha disciplina, em vez de me focar simplesmente em ser o meu exemplo a cada momento - disciplina não implica levantar a voz nem ser rígida ou inflexível - implica viver as minhas palavras, fazer aquilo que tenho a fazer por mim, garantir que sou honesta comigo-própria e, para isso, ser clara na minha comunicação com os outros, mas sem o intuito de criar separação.

Photo: A descontração Lisboeta, em frente ao Palácio da Ajuda. Joana Jesus 2013