DIA 186: O que fazer perante a reação dos outros...

sábado, março 23, 2013 0 Comments A+ a-


Esta noite tive um sonho bastante revelador - nada de místico mas revelador no sentido de me aperceber quem eu tenho sido a enfrentar as reações dos outros. No meu sonho eu estava a presenciar uma discussão entre um familiar meu e a funcionário da agência de aluguer de automóveis - alguma coisa tinha corrido mal e este meu familiar estava a levantar a voz e a exigir uma solução - do outro lado do balcão, a rapariga (da minha idade) estava desfeita em lágrimas. Curiosamente, no meu "papel" naquele episódio eu estava a dizer à rapariga "- não leves a reação dele a peito! Não tem nada a ver contigo porque tu fizeste o melhor que podias e sabias. Não há nada que possas fazer para evitar a reação do outro". Lembro-me também de chamar a atenção do meu familiar para acalmar e ver que reagir não resolve o problema e só gera mais stress.


Que pontos posso tirar deste sonho? Ao contrário da vida real, fui capaz de ser direta com a pessoa que estava a reagir - não me permiti deixar levar pela reação do outro, não fui como uma esponja a absorver as emoções e não me permitir ser influenciada pelas emoções da "vítima".
Ao trazer estes pontos para mim própria, vejo que a rapariga do outro lado do balcão também sou eu, ou melhor, a imagem que eu tenho de mim quando me permito ser influenciada/afectada pelas reações dos outros. E, finalmente, a pessoa a reagir também era um espelho de quem eu me permito ser às vezes!
Ou seja, neste sonho visualizei a minha versão de vítima/passiva, a minha versão de estabilidade e firmeza em momentos de stress e a minha versão reactiva ao acreditar que reagir vai resolver os problemas mais rápido...

Por isso,
Eu perdoo-me por não me permitir e aceitar manter-me estável quando estou perante uma reação, quer seja uma reação em relação a mim ou em direção a outra pessoa.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido levar a peito as reações dos outros ao longo de todos estes anos, em vez de ver que a reação dos outros tem a ver com algum ponto neles próprios e que está simplesmente a ser manifestado em relação a mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que se eu reagir e levantar a voz as outras pessoas vão-me ouvir e vão resolver o assunto mais rápido.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que a reação é uma forma abusiva de comunicação com os outros e que começa por ser uma reação energética DENTRO DE MIM auto-destrutiva. Apercebo-me que ao projectar esta reação de dentro para fora eu estou a desconsiderar/desrespeitar os outros à minha volta.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter receio de dizer a um familiar meu para acalmar aquando de uma reação, com base no medo de agravar a situação e de fomentar a reação contra mim. Mais uma vez vejo realizo que eu não sou responsável/causadora da reação do outro.

Nisto, eu comprometo-me a cria a minha estabilidade a cada momento e a cada respiração independente do ambiente à minha volta de reação ou stress e comprometo-me a tomar responsabilidade por qualquer reação que comece a surgir dentro de mim, de modo a não alimentar esta energia e a não me permitir projectar a reação no mundo à minha volta.

Quando e assim que eu me vejo a ser afectada pela reação do outro, eu páro, respiro e decido não levar a reação a peito. Em vez disso, eu dedico-me a dar o exemplo a mim própria e comprometo-me a responder em senso comum e sem qualquer energia da reação. Realizo que parar a reação em mim requer prática porque ao longo de muito tempo me tenho habituado a pensar na reação como algo normal e como uma "solução rápida" para resolver os problemas. Por isso, quando e assim que eu me vejo a alimentar uma reação dentro de mim com base numa ideia de como as coisas deviam ser e com base no meu julgamento sobre a outra pessoa, eu páro a mente e RESPIRO. Nesse momento, eu vejo que se trata de uma reação e relembro-me que esta reação não é o melhor para mim nem o melhor para os outros.

Realizo que a solução para os meus problemas está no senso comum e na honestidade própria, por isso dedico-me a olhar para a situação sem uma reação energética da mente mas antes a olhar para a situação com o intuito de sugerir uma solução prática que seja o melhor para todos, e ver como é que eu posso fazer parte da solução ao estabelecer uma comunicação estável e de igual respeito para com os outros.

Ilustração de Andrew Gable: http://anartistsjourneytolife.wordpress.com