DIA 183: E depois dos julgamentos, vejo o padrão da comparação - dimensão do pensamento

sexta-feira, março 08, 2013 0 Comments A+ a-


Sugiro que se leia a introdução desta secção em que eu estou a auto-investigar as várias dimensões associadas à experiência dos julgamentos:

Dimensão do pensamento:

Estou num bar trendy em Londres e penso que "há raparigas giras. Eu não sou tao gira como elas mas sou casada". Ou seja, acabo por justificar a comparação sem ver o padrão de polaridade  em que eu me estou a permitir participar (ser menos VS ter mais).

Porque não simplesmente observar e estar um e igual com as pessoas à minha volta? Para quê comparar-me? Para quê julgar? Para quê julgar-me? Para quê entreter a mente e PERDER a expressão da Vida aqui?

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido cobrir os julgamentos de inferioridade com a ideia de "pelo menos tenho isto", quase como se fosse um -'toma, toma' a deitar a língua de fora, que é decepção, separação e uma maneira de ignorar o padrão de comparação e inveja.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter resistência a escrever sobre o padrão da inveja por ter vergonha dos meus próprios padrões, sem ver que ao esconder estes padrões de mim própria eu estou a aceitar limitar-me com estes padrões! Ao ver aquilo que se passa na minha mente, vou-me permitir estar a tenta ao padrão e AGIR pro activamente em viver a decisão de mudar a relação comigo própria para começar a viver em plena transparência comigo própria e confiança no meu processo de mudança.

Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido olhar à minha volta sem qualquer julgamento sobre aquilo que eu vejo e sem qualquer polaridade. Apercebo-me que a primeira polaridade começa por pensar que as outras pessoas são uma coisa e que eu sou o oposto disso, sem me permitir ver aquilo que somos/temos  em COMUM, como por exemplo o facto de estarmos TODOS, AQUI, AGORA.

Eu perdoo-me por nao me ter aceite e permitido ver/reconhecer que os julgamentos que eu tenho dos outros têm sempre a ver comigo e coisas que eu não me estou a permitir ver/criar em mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido associar o bar de Londres a um local de beleza feminina e "trendy" e assim estar a criar separação com o local e acreditar que estes lugares não são para mim depois de um dia de cansaço e de trabalho.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir-me pelas roupas que eu tenho vestida e julgar as roupas como não sendo adequadas para o bar trendy!

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na vulnerabilidade em relação à mente e participar em cada julgamento, ideia e desejo da mente, que em honestidade própria eu realizo que este é um mecanismo da mente/um escape para não me enfrentar e viver a decisão de parar a insegurança da mente e criar a minha estabilidade de dentro para fora, independentemente de onde eu estou, com quem eu estou, daquilo que tenho vestido ou daquilo que eu faço.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar as mulheres como bonitas ou feias baseadas no estilo que aparentam e assim participar na imagem da mente que não me permite conhecer as pessoas (eu!) realmente e estar um e igual com elas (comigo).

Curiosamente, à medida que fui escrevendo o perdão próprio vê-se que comecei por perdoar os julgamentos em relação aos outros e gradualmente comecei a focar-me em mim (por exemplo toquei no ponto do conflito em relação às roupas que eu tenho vestida). Isto mostra que cada ponto tem várias camadas e que, ao tirar as de cima, começo a ver o que eu tenho acumulado em mim e que tenho literalmente escondido de mim própria. Através da escrita é possível trazer estes pontos em tempo-real e andar cada pensamento desonesto, cada ponto de separação, cada definição e ver com os nossos próprios olhos a maldade que fazemos a nós próprios nas nossas próprias mentes.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que a outra pessoa é mais do que eu (quer seja o "mais bonita", "mais artística", "mais inteligente", "mais interessante") eu páro as comparações da mente e respiro. Eu dou espaço a mim própria para me estabelecer "fora do filtro da mente" e permito-me olhar à minha volta sem julgamentos da mente. Eu comprometo-me a auto-investigar a admiração que eu tenho pela personalidade que a(s) outra(s) pessoa(s) representam. Comprometo-me também a ver o que é que eu me estou a ver separada de determinadas qualidade, de forma a começar a fazer aquilo que até agora só associava a ser feito pelos outros!

Quando e assim que eu me vejo a limitar a minha expressão com base nas associações que eu dou sobre "como é que este sítio é" (exemplo: bar trendy)  e "como é que as pessoas se devem comportar" (fashion e extravagantes), eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estes pensamentos são a minha própria limitação e que posso então usar estas ideias para ver a prisão que eu tenho criado em mim e à minha volta. Comprometo-me então a estar um e igual com o sítio e com as pessoas, a estar estável dentro de mim incondicionalmente do local ou com quem eu estou, em plena auto-confiança, direção própria, sem querer parecer mais nem menos, sem querer agradar os outros nem definir os outros.

Eu comprometo-me a parar o pensamento/cadeia de pensamento que vejo surgir no momento em relação ao ambiente/pessoas à minha volta e RESPIRO. Eu procuro ver qual foi o pensamento que despoletou uma determinada personalidade, ou que desejos existem em mim e que eu me estou a dis-trair de mim. Eu apercebo-me que as definições da mente funcionam como uma limitação porque não me deixam ver para além daquilo que é superficial e por isso eu não me estou a permitir auto-investigar, descobrir e resolver em mim estas personalidades. Dedico-me então a estar atenta à dimensão do pensamento e a não tomá-los como pessoais - é um espelho de padrões que me mostra aquilo que eu posso corrigir em mim.

Quando e assim que eu me vejo a querer agir para querer controlar o pensamento que a outra pessoa possa ter sobre mim, eu páro e respiro. Apercebo-me agora da prisão que eu estou a criar para mim própria porque fui eu quem criei o pensamento em mim e que depois acreditei ser real porque projectei-o numa pessoa. Realizo então que as personalidades não são reais e que estas são criadas/alimentadas na minha mente se eu assim o permitir/aceitar.

Apercebo-me agora também que todas as personalidades que eu vejo e julgo à minha volta são pontos que eu posso verificar dentro de mim e ajudar-me a parar estas personalidades para me criar como o exemplo para mim própria.