DIA 184: Imagina-a-ação e a vida passa ao lado...

sexta-feira, março 08, 2013 0 Comments A+ a-

Neste blog continuo a analisar as dimensões por trás do caráter/personalidade dos julgamentos próprios aquando da minha última saída à noite.

Quanto à dimensão da imaginação, consigo ver que na altura em que eu estava naquele espaço físico, a minha mente vagueava "fora de mim"... imaginava quem eram aquelas pessoas e onde é que elas iam. Ao mesmo tempo, imaginava-me a libertar-me dos julgamentos e a simplesmente dançar, a falar com as pessoas sem vergonha e sem medo de ser observada. Em relação ao medo de ser observada, vejo que a outra polaridade também se manifestou, em que imaginava a observar-me de fora, como se me visse ao espelho. e apontasse o dedo...  Assim se vê que a imaginação é mais uma dimensão da mente e, em honestidade própria, consigo então descobrir pontos em honestidade própria:

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar na imaginação da mente que funciona como uma telenovela de entretenimento mas em que as personagens que eu vejo nos outros são personalidades que eu projecto e que, portanto, existem em mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que os outros (personalidades) estão separados de mim quando, ao participar na imaginação da mente, é de mim que eu me estou a separar. Apercebo-me que este tipo de entretenimento funciona como um mecanismo de defesa para não  enfrentar estes pontos da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido limitar a minha expressão naquela altura ao participar nos episódios da mente e ao imaginar como é que as coisas/eu estaria diferente se tivesse ido a casa por exemplo, ou se tivesse com outra disposição, ou menos cansada, ou mais produzida. Nisto, eu perdoo-me por me ter aceite e permitido condicionar a minha vivência aqui/agora com base na ideia de que faltam coisas para eu estar simplesmente presente! É óbvio que a única coisa que verdadeiramente determina eu estar ou não presente é a minha presença física!

Quando e assim que eu me vejo a cair nas teias da imaginação da mente em que me começo a entreter com a ideia de como as coisas seriam se tivessem corrido de maneira diferente, eu páro e respiro. Foco-me então em parar a imaginação e em ver, no momento presente, o que é que eu estou a impor a mim propria como uma condição para eu ESTAR AQUI, em vez de simplesmente estar e SER aqui; 
Comprometo-me também a ver qual é a atitude que eu acredito e imagino que eu devia estar a ter para supostamente aproveitar melhor aquele momento (por exemplo: a imagem de mim a dançar incondicionalmente e sem vergonha) - apercebo-me que funciona como uma imposição que, se não for cumprida, significa que não me estou a divertir/ que não estou "aqui a fazer nada".

Dedico-me então a ver e a parar o julgamento e a ideia de que estaria melhor a fazer outra coisa do que aquilo que eu estou a fazer naquele momento (mais não seja estar simplesmente sentada em silêncio, ou a observar, ou a conversar); dedico-me também a ver e a parar as ideias de "vida perfeita" que eu projecto nos outros , cuja comparação é desonesta comigo própria e eu me distrai de estar aqui presente a criar o melhor de/para mim onde quer que eu esteja.

Quando e assim que eu me vejo a distanciar-me de mim própria e, ao mesmo tempo, a participar no medo de ser observada, eu páro e respiro. Aproveito então para ver que julgamentos estou a mostrar a mim própria e dedico-me a viver a decisão de parar os julgamentos,a respirar, perdoar e mudar a minha atitude comigo própria.
Quando e assim que eu me vejo a imaginar a vida das outras pessoas, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que estas imagens na minha mente são de facto um espelho (normalmente coisas que eu não estou a dar/fazer para mim própria) e por isso é uma oportunidade para ficar ciente destas ideias e ver pontos que eu posso corrigir/aplicar em mim. 


Ilustração: Diss-Order Of Multiple Personalities By Carrie Tooley