DIA 150: O padrão da desistência - Vida e morte

quinta-feira, dezembro 27, 2012 0 Comments A+ a-


Este processo é um work in progress e este é um daqueles padrões que requer mais do que um artigo. Cada vez mais me apercebo do impacto e da força do hábito levados a cabo pela conversa da mente sobre planos alternativos que invalidam qualquer tentativa de ser assertiva comigo própria. Quantas vezes terei já desistido de mim e do meu poder aqui.
Curiosamente, bastou-me sentar a escrever sobre o ponto da desistência que fui rapidamente invadida pelo sono e pensei em milhares de coisas para fazer EM VEZ de estar aqui sentada a escrever sobre este ponto!
Vou começar por ver a dimensão da desistência associada à falta da pontualidade - um tópico que me é familiar e assim permito-me "descascar" as várias camadas/personalidades que eu me tenho coberto. Apercebi-me que a ideia de desistir do plano inicial é impulsionada por um plano B que inconscientemente ou conscientemente eu estou a criar na minha mente - a partir deste pensamento, dou luz verde à desistência e até justifico este padrão com uma série de des-Culpas, sem ver que estou a deixar passar ao lado este ponto fundamental que é o de desistir de mim própria, da minha palavra, da minha vivência das minhas palavras e, ultimamente, da minha vida. Parece ser dramático e exagerado? Trata-se de um padrão que tanto se manifesta mais insignificante no caso da pontualidade como na consequência desastrosa de se desistir de se viver.

Foi depois de começar a olhar para este padrão que comecei a vê-lo noutros outros pontos da minha vida, desde a ideia de desistir do meu emprego (no qual a desistência tem como ponto de partida o medo de errar e portanto fazer os possíveis por evitar essa situação mesmo que isso implique que estou a comprometer o meu processo de auto-correção), desistir do casamento (uma snap decision que surge em forma de amúo), desistir de escrever todas as noites, desistir  de me auto-ajudar e mudar, etc.
E não será a nossa sociedade o resultado da desistência diária, onde embora todos lutemos por algo, muito já desistiram de mudar os sistemas e de mudar o mundo. Aquilo que nos falta agora é desistir da mente e renascer em honestidade própria. As crianças ensinam-nos aquilo que permitimos desistir pelo caminho - a não desistir daquela tarefa nova, da paz, da mudança, do prazer, bem-estar, da comunicação e, finalmente, a não desistir de nós próprios enquanto Vida.