DIA 178: Álcool - supressões e personalidades à tona do Iceberg...

domingo, fevereiro 17, 2013 0 Comments A+ a-


Este artigo vem no seguimento dos dois artigos sobre a minha decisão de parar de beber.
DIA 177: Sobre o desejo de beber
DIA 176: Pensei em beber após três anos sem álcool...

Esta não foi uma decisão difícil de tomar - simplemente  parei de beber e continuo a viver esta decisão. Às vezes perguntam-me como é que eu consigo não beber, como se fosse a coisa mais normal do mundo abusar o meu corpo e permitir a pressão da sociedade em mim! Aqui no Reino Unido é bastante comum sair-se para beber ao fim do dia e, enquanto falava com uma amiga minha, apercebi-me da pressão que se sente dos colegas (peer pressure ). A meu ver, a pressão que vem dos outros é indiferente desde que não se permita que a pressão passe para nós e que sejamos influenciados pelo que quer que se diga sobre a decisão de não se beber.

Ainda não estamos cientes dos efeitos do álcool e do design da química do álcool. Esta estrutura é explicada neste vídeo que eu recomendo ouvir:




Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter medo de dizer que não bebo álcool quando toda a gente à minha volta bebe álcool.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido acreditar que a pressão dos média, dos amigos ou dos colegas para eu beber é real.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que esta realidade paralela do "eu bezana" é uma distração da minha Vida aqui e uma forma deliberada de me suprimir e limitar o meu potencial de Vida aqui.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido ver que é mais fácil culpar o álcool pelas coisas que se diz ou pelas coisas que se faz, do que se tomar responsabilidade própria por cada palavra e cada ação minha.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido desejar beber para ser mais atraente e interessante para os homens.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido associar o álcool ao sexo e pensar que o "verdadeiro" sexo é baseado na energia da mente!
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ignorar o meu corpo físico quando afinal o sexo e o prazer em honestidade própria são expressões físicas e não energias da mente.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ingerir bebidas que eu nem sequer gostava do sabor mas que queria simplesmente sentir o efeito aluado e flutuante do álcool em mim.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ter medo de tomar decisões definitivas na minha Vida, mesmo quando eu sei que estas são o melhor para mim.

Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ser masoquista ao repetir os mesmos episódios com as noitadas de álcool na esperança que algo de novo aconteça ou que as personalidades do efeito de álcool decidam coisas por mim que eu depois terei de lidar o resto do tempo em que estou sem o efeito.

Eu questiono-me: porque é que eu desejo estar aluada e a flutuar? O que é que na minha vida eu não estou satisfeita e por isso acredito precisar de um escape de mim própria? Onde é está a minha vontade própria para mudar aquilo com o qual eu não estou satisfeita para me ajudar a criar esta satisfação e plenitude?

Eu apercebo-me que em honestidade própria eu vejo aquilo que eu posso corrigir em mim para o meu próprio bem. Eu apercebo-me também que tenho usado o álcool como uma desculpa para fazer coisas que eu acredito não poder fazer SEM ÁLCOOL!!

Logo, eu apercebo-me que o desejo de ser extrovertida com os outros não é real porque é uma personalidade da mente com base em medo de não se ser aceite. Aquilo que pode ser real é a minha atitude de me expressar com os outros sem medo dos julgamentos da mente. Eu apercebo-me que não preciso do álcool para me libertar dos meus pensamentos, visto que posso tomar a decisão de parar os pensamentos e personalidades, perceber a sua origem e ajudar-me a resolver os problemas da minha mente em total cooperação comigo mesma.

Quando e assim que eu me vejo a pensar que os outros me estão a pressionar para eu beber com eles, eu páro e respiro. Eu realizo que ninguém me pressiona a fazer nada porque sou eu quem decido aquilo que eu faço ou não faço. Nisto, eu comprometo-me a tomar responsabilidade pela minha atitude em relação ao álcool e comprometo-me a parar de culpar a "pressão dos colegas" por qualquer desejo que existe em mim e que eu ainda não resolvi em mim.

Quando e assim que eu me vejo a desejar que o álcool ou outra droga qualquer decidam aquilo que eu deva ou não fazer, eu páro e respiro. Eu comprometo-me a tomar todas as minhas decisões em plena ciência de mim, a estar um e igual com a decisão, de modo a viver a minha decisão em honestidade própria a cada momento sem hesitações nem dúvidas.

Comprometo-me então a trazer estes pensamentos ao de cima, analisá-los, escrever sobre eles e a dar-me direção para parar estes padrões em mim e a mudar a minha atitude para da próxima vez que enfrentar o mesmo pensamento.
Ao escrever estas frases, tornou-se claro para mim como eu usava o álcool para cobrir personalidades que eu não queria ver em mim e que portanto culpava o álcool como o causador das personalidades. No entanto, em senso comum eu vejo que estas personalidades existem em mim sempre só que não estão ao de cima, tal e qual um iceberg. Ao ingerir bebidas álcoolicas, em vez de dar direção a cada uma dessas personalidades que surgem, eu continuo a ver estas personalidades como separadas de mim - por isso beber álcool nunca será uma ajuda no meu processo.
Ao escrever apercebo-me que me permitido trazer pontos ao de cima que até agora estavam submersos e que realmente os vejo, mesmo à minha frente nas palavras que escrevo e que em honestidade própria não me posso ignorar.