DIA 175: Medo de tomar decisões?

quarta-feira, fevereiro 13, 2013 0 Comments A+ a-



Hoje ouvi uma entrevista sobre o Medo de Ficar aPerder, que falava das várias dimensões por trás do medo da tomada de decisão/escolha entre diferentes opções e de onde é que a indecisão surge. Enquanto ouvia a história desta pessoa, apercebi-me como o medo de ser "excluída do grupo cool da escola" também se associa a mim ou pelo menos fez parte da minha adolescência (que pena que nessa altura ainda não conhecia o Desteni nem ouvia as entrevistas da eqafe!). Lembro-me dos pensamentos que tinha sobre o medo que as minhas amigas ficassem aborrecidas comigo se eu cancelasse os planos, ou os pensamentos de ter medo de excluir alguém do grupo porque tinha medo de criar inimizades e, ainda hoje, a indecisão sobre aquilo que eu quero fazer quando há vários eventos no mesmo dia. Curiosamente, este último ponto passou-se à pouco tempo e facilmente associei à entrevista que ouvi hoje, na qual se falava do medo de se ficar a perder e a imaginação sobre aquilo que se pensa que se está a perder, gerando arrependimento e frustração.
No final de contas, ao participar no limbo da indecisão, vejo que acabo por não me permitir estar presente naquilo que estou a fazer porque estou agarrada ao arrependimento. Não é interessante como a mente toma mais atenção àquilo que não passa de uma imagem do que àquilo que está mesmo aqui para ser vivido?! Outra dimensão interessante de ver é a esperança que algo ainda melhor surja, e então a escolha é a espera pelo momento/evento/(e príncipe) perfeito!
A tomada de decisão, que deveria ser uma rampa de lançamento para a expansão de nós mesmos, passa a ser um escorrega à mercê de medos, emoções e imaginações que não nos levam a lado nenhum e cria conflito dentro de nós. Comecei então a pensar em situações em que eu me vejo a criar este conflito/indecisão dentro de mim e reparo que isto surge quando eu estou a fazer uma coisa e penso que devia estar a fazer outra - ao escrever isto tornou-se claro para mim que este padrão é uma fonte de pressão que eu imponho em mim mesma e que me posso ajudar a parar/corrigir.
O que é que me impede de estar estável nas minhas decisões?
Porque é que eu não sou a primeira a confiar nas minhas decisões?
Porque é que penso na decisão como uma limitação em vez da expansão que eu posso proporcionar a mim própria?
Como é que eu posso garantir que tomo decisões assertivamente (com convicção, firmeza)?

É sobre estes os pontos que eu tenho escrito e aplicado o perdão próprio ultimamente. Em termos de resultados, esta semana tenho saído de casa à hora planeada e, nos momentos em que ainda me permito desleixar a minha decisão, consigo ver onde é que eu posso corrigir para que não volte a atrasar-me, ficar para trás e criar stress no meu corpo.

Eu perdoo-me por ter aceite e permitido julgar as decisões como limitações ou "portas que se fecham" quando na realidade este tem sido o meu ponto de partida por isso era eu que estava a criar essas limitações!
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido participar no medo de perder uma oportunidade que foi imaginada na minha mente, sem ver que ao participar neste medo da mente eu estou de facto a perder a oportunidade de ESTAR AQUI e de realmente viver a decisão sobre aquilo que está aqui, em unidade, igualdade e senso comum.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar as decisões como jogos de sorte, em vez de perceber que a decisão sou eu que a crio ao investigar sobre as diferente opções e assim permitir-me tomar decisões que sejam o melhor para mim.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido abraçar as minhas decisões sobre a carreira que tenho seguido e abraçar o meu processo de contínua auto-descoberta, auto-correção e auto-melhoria em quem eu sou e naquilo que faço.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido ver as decisões como limitações que imponho a mim própria em vez de realizar que eu posso expandir-me em cada decisão que eu tomo.
Eu perdoo-me por não me ter aceite e permitido VIVER as decisões que eu tomo e realmente dar o meu melhor ao participar nas minhas decisões e ao dar-me direção/iniciativa.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido julgar as decisões "novas" como sendo perigosas, quando afinal o elemento "novo" não significa perigo, mas sim uma oportunidade para expandir-me numa direção que ainda não tinha tido antes.
Eu perdoo-me por me ter aceite e permitido definir as minhas decisões como certas ou erradas, em vez de aproveitar cada uma delas como sendo parte do meu processo de transcender medos e parar os julgamentos da mente.

Eu apercebo-me que cada decisão começa com a minha respiração e que sou responsável por todos os "outcomes" ao longo do processo de dar-me direção como vida e garantir que me expando a cada passo. Por isso, comprometo-me a dar um passo de cada vez, a ter paciência comigo mesma e a garantir que me expando em tudo aquilo que eu faço.
Eu apercebo-me que depende de mim ser assertiva na minha tomada de decisão e de facto ajudar-me a decidir aquilo que é o melhor para mim. Dedico-me então a investigar e a reunir informação que me ajude a estar ciente das várias hipóteses para que tome decisões por mim em plena estabilidade e confiança.
Quando e assim que eu me vejo a imaginar a "situação ideal", eu páro e respiro. Em vez de ficar obcecada com essa imagem, eu dedico-me a ver o que é que será o melhor para mim/para os outros e realmente planear COMO é que eu posso criar essa situação para mim.
Quando e assim que eu me vejo a planear as decisões na mente, eu páro e respiro. Eu apercebo-me que a mente não é de fiar porque salta passos essenciais para que a decisão seja realmente vivida na vida física - por isso dedico-me a tomar notas dos vários objectivos para me ajudar a ser realista quanto ao tempo que as coisas levam a fazer.
Quando e assim que eu me vejo a decidir fazer uma coisa nova, eu páro, RESPIRO e Dedico-me a fazer isso passo a passo, sem medo de ficar a perder outras coisas. Apercebo-me que o medo de ficar a perder não é real porque aquilo que é real é a expansão/auto-aperfeiçoamento que eu proporciono a mim mesma a cada decisão que eu vivo.
Mais do que nunca apercebo-me que comparar aquilo que eu faço com aquilo que os outros fazem é irrelevante e uma distração da mente baseada em competição - em honestidade própria eu realizo que cada um de nós está a andar o seu processo de Vida e que as decisões que eu tomo e vivo faço-as por mim e para mim. O que posso então fazer é APRENDER com as boas práticas, TESTAR para ver como funciona comigo e PRATICAR para me aperfeiçoar na minha ação.

As decisões são tomadas em honestidade própria ou em desonestidade própria. Vivemos ou morremos. Respiramos ou não respiramos... A liberdade de escolha é uma ilusão da mente.


Ilustração de Andrew Gable: Where Do Your Thoughts Come From. Find Out how your mind really works - http://lite.desteniiprocess.com/