DIA 246: Recomeço... Quem era o Bernard Poolman

quinta-feira, agosto 22, 2013 0 Comments A+ a-



Muita coisa aconteceu desde a última vez que publiquei um artigo no meu blog em Português e quero primeiramente pedir desculpa pela falta de informação da minha parte sobre a razão pela qual desde o dia 5 de Agosto não têm havido novas publicações. Deixei de escrever? Não. Parei o Processo? Nem pensar. Continuo a escrever o mais regularmente possível no meu caderninho. Tópicos para artigos novos surgem constantemente mas por três razões não consegui manter a minha consistência:

Primeiro: desde o princípio de Agosto que estou a passar pela fase mais atarefada do meu emprego que tem envolvido viagens, longas noites de trabalho e começos pela madrugada. Apesar de ter tentado preparar esta época o mais possível, têm havido mudanças de última hora, novos desafios, novos clientes e, consequentemente, menos tempo para me dedicar à escrita;

Segundo: Apesar dos meus 246 dias de Processo, apercebo-me que ainda me permito participar nos altos e baixos da mente (que é energia) e isso reflecte-se na minha falta de disciplina diária em manter-me a par do que se passa dentro de mim, no meu corpo e na minha mente. Sinto neste momento uma terrível sensação de estar a "passar-me ao lado" e que não consigo identificar todos os padrões que eu visito durante o dia e assim perco uma oportunidade de lidar com esse padrão de uma vez por todas. A consequência é que o meu Processo se prolonga, a mente ganha território e transporto comigo este peso de padrões não resolvidos e corrigidos em mim - sem dúvida este é um padrão a trabalhar em mim, com perdão-próprio, honestidade-própria e correção;

Terceiro: finalmente recomecei a escrever o meu blog em inglês http://joanaslifeprocess.blogspot.com/ algo que já estava para fazer há bastante tempo e pelos vistos foi preciso uma motivação fora de mim para me alinhar com a minha decisão. Esta "motivação" funcionou como um chuto no meu rabo para me mexer e parar de procrastinar as minhas decisões que eu sei serem o melhor para todos. De facto, escrever um blog em inglês permite que o meu processo seja acompanhado por muito mais pessoas e posso igualmente apoiar mais pessoas que estejam a passar por pontos semelhantes. Ao mesmo tempo, quis que a minha mensagem chegásse a mais pessoas e infelizmente o público Português ainda não acompanha esta caminhada activamente. Provavelmente são poucos os Portugueses que conheciam o Bernard Poolman mas foi precisamente a sua morte, no dia 11 de Agosto, que me deu este chuto e me
"acordou" para a Vida. O Bernard não precisa de definições nem apresentações: ele está presente em cada palavra que eu escrevo, em cada passo do meu processo, em cada realização e em cada correção. No espaço de cinco anos, desde que eu comecei a interagir no Desteni Forum, a presença do Bernard através dos seus blogs, livros e vídeos, passou a fazer parte da minha vida e em 2012 tive a oportunidade de o conhecer aquando da minha visita à quinta do Desteni na África do Sul. Também é graças ao Bernard que eu e o João ponderámos seriamente a decisão de nos casarmos porque o Bernard era assim: sem hesitações, sem merdas, sem agenda e, em tal liberdade, era capaz de ver o óbvio que poucos conseguem ver. No Forum ele tinha o nickname de CommonSense e era exactamente isso que ele transmitia: uma carga de senso comum que nunca havia sido partilhada comigo por ninguém da minha família, grupo de amigos ou namorados. O Bernard foi e é um exemplo de Vida para mim e para muitos outros que se aperceberam da sorte de o ouvir, de o conhecer, de ler os seus blogs, de participar nos chats, de ter conversas com ele e de andar este Processo de escrita, perdão-próprio e de auto-correção. 

Claro que não era sorte: nós só fomos capazes de ver a "sorte" de conhecermos o Bernard porque aplicámos as suas palavras no nosso dia-a-dia e reparámos que os Princípios que o Bernard vivia eram também o melhor para nós: Igualdade, Unidade, Compaixão, Dar aos outros aquilo que queremos que nos seja dado, Honestidade-Própria, Integridade, Perdão-Próprio, Mudança, Estabilidade, Igualdade Monetária, Auto-Responsabilidade.

Ele era tudo menos preguiçoso porque o Bernard superou a mente e não andava distraído em pensamentos nem medos: ele vivia como Vida, presente, simples-mente ciente do físico, um e igual como toda a existência física universal, prático e incessante no seu apoio àqueles que andavam o Processo. A expressão dele era directa e desafiante, como se olhasse para dentro de mim e visse os meus medos, os meus problemas, as minhas preocupações, as minhas memórias, os meus julgamentos. Por isso, quando ouvi a notícia da sua morte, fiquei em choque e não queria acreditar, mas rapidamente aceitei esta nova fase do meu processo. Apercebo-me que grande parte da resistência em aceitar a sua morte era baseada em interesse-próprio e no medo de não voltar a ter esta pedra basilar ao longo do meu Processo de Vida. A estabilidade que o Bernard me transmitia tenho de ser eu a criá-la em mim; o senso comum que o Bernard manifestava terá de ser vivido em mim para ser real; a confiança que o Bernard me dava quando conversávamos sobre as minhas decisões tem de ser estabelecida por mim e em mim para que eu seja capaz de viver as minhas próprias decisões em plena confiança e auto-motivação. Ou seja, a morte do Bernard representa um recomeço em mim, naquilo que eu me permito e aceito ser no meu processo de me recriar como Vida.


Há novos pontos em mim que eu tenho estado a lidar e que vou partilhar neste blog passo a passo. Por agora, convido-vos a visitarem e a estarem também atentos aos artigos em Inglês que são um complemento aos meus artigos em Português.


Se quiserem saber mais sobre quem era o Bernard Poolman sugiro este site com muitos artigos escritos por pessoas de todo o mundo: http://forum.desteni.org/viewtopic.php?f=29&t=5694